PolĂ­tica Bolsonaro

Ministro do TSE dá 3 dias para Bolsonaro explicar minuta de decreto

Por Nosso Dia

17/01/2023 às 12:35:36 - Atualizado hĂĄ

O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, abriu ontem (16) prazo de trĂȘs dias para que o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifeste sobre uma minuta de decreto encontrada na casa de seu ex-ministro da Justiça e Segurança PĂșblica, Anderson Torres. O texto previa uma intervenção militar na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (Foto: AgĂȘncia Brasil)


Gonçalves atendeu a pedido do PDT, e incluiu o documento entre os elementos de prova de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que tem Bolsonaro como alvo. O processo trata do possĂ­vel abuso de poder polĂ­tico pelo ex-presidente durante a campanha eleitoral.

A motivação original para o processo foi uma reunião com embaixadores em que o ex-presidente apresentou informações inverĂ­dicas ou incompletas sobre o processo eleitoral brasileiro, quando ainda era mandatĂĄrio. O PDT argumentou que a minuta prevendo intervenção sobre a Justiça Eleitoral tem relação com o caso, por reforçar a narrativa de que Bolsonaro pretendia tomar o poder pela força, caso perdesse as eleições.

A legenda escreveu que a minuta de decreto é um "embrião gestado com pretensão a golpe de Estado", sendo apto a "densificar os argumentos que evidenciam a ocorrĂȘncia de abuso de poder polĂ­tico tendente promover descrédito a esta Justiça Eleitoral e ao processo eleitoral, com vistas a alterar o resultado do pleito".

Benedito Gonçalves concordou com os argumentos e disse haver "inequĂ­voca correlação entre os fatos e documentos novos". Tais elementos de prova vĂȘm se somar à narrativa de que Bolsonaro buscou manter viva em sua base a ideia de fraude e intervenção sobre o resultado eleitoral, avaliou o ministro.

A minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres prevĂȘ a decretação de Estado de Defesa, com a intervenção das Forças Armadas sobre a sede do TSE, em BrasĂ­lia. Pelo texto, a ser assinado por Bolsonaro, seria criada uma junta eleitoral para garantir a lisura do processo eleitoral. Esse tipo de intervenção de um Poder sobre outro não estĂĄ prevista na Constituição.

Em sua defesa, Torres disse que o documento foi vazado "fora de contexto", e que a minuta se encontrava em uma pilha de papéis para descarte. O decreto foi encontrado em uma busca e apreensão na residĂȘncia dele, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Torres, que é também ex-secretĂĄrio de Segurança PĂșblica do Distrito Federal, estĂĄ preso em um batalhão da PolĂ­cia Militar do DF também por ordem de Moraes. Ele é investigado por suposta omissão e conivĂȘncia com os atos golpistas de 8 de janeiro, quando vândalos invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o PalĂĄcio do Planalto e a sede do próprio Supremo.

Fonte: Nosso Dia
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