Política

Após pedido da AGU, juiz federal determina bloqueio de R$ 6,5 milhões de suspeitos que financiaram atos terroristas

Na decisão, magistrado afirmou que há 'indícios da prática de atos ilícitos' por parte dos investigados. Valor deve ser reservado para eventual ressarcimento por depredação às sedes dos três poderes, em Brasília. Bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes em Brasília no último domingo

Por G1

13/01/2023 às 00:09:22 - Atualizado há
JOEDSON ALVES/ANADOLU AGENCY VIA GETTY IMAGES

O juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro, da 8ª Vara Federal de Brasília, determinou o bloqueio de R$ 6,5 milhões de bens de 52 pessoas e sete empresas que financiaram o transporte dos envolvidos nos atos de terrorismo na Esplanada dos Ministérios, no último domingo (8).

O pedido foi feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), que argumentou que a quantia bloqueada seria usada para ressarcir o poder público pelos danos causados às dos três poderes da República – o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Na decisão, o juiz, afirmou que, ainda que os suspeitos não tenham participado diretamente, "é absolutamente plausível a tese da União de que eles, por terem financiado o transporte de milhares de manifestantes que participaram dos eventos ilícitos, fretando dezenas de ônibus interestaduais, concorreram para a consecução dos vultosos danos ao patrimônio público, sendo passíveis, portanto, da bastante responsabilização civil".

O magistrado também escreveu que "seria previsível que a reunião de milhares de manifestantes com uma pauta exclusivamente raivosa e hostil ao resultado das eleições presidenciais" pudesse resultar em "práticas concretas de violência e de depredação que todos os brasileiros viram".

No pedido de bloqueio, a AGU informou ainda que pode solicitar valores maiores, na medida em que a contabilidade dos prejuízos aumente.

"Foi identificado um vultoso prejuízo material a esses prédios públicos federais [sedes dos Três Poderes], consubstanciado na quebra de objetos e itens mobiliários, a exemplo de computadores, mesas, cadeiras, vidros das fachadas e até a danificação de obras de artes e objetos de valores inestimáveis à cultura e à história Brasileira, a exemplo da obra as "Mulatas", de Di Cavalcanti", afirma.

A lista de pessoas e empresas foi montada com base nos registros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de ônibus fretados, enviados à Justiça e divulgados pelo g1 com exclusividade nesta quarta (11).

A AGU, no entanto, incluiu nesse primeiro pedido apenas os ônibus com destino a Brasília que, em seguida, foram apreendidos transportando pessoas que participaram dos atos golpistas.

Valores bloqueados

Os R$ 6,5 milhões bloqueados incluem:

R$ 3,5 milhões estimados até o momento em danos ao Senado;

R$ 3,03 milhões contabilizados em prejuízos pela Câmara dos Deputados.

Os valores, portanto, não incluem os prejuízos ao Palácio do Planalto e ao STF – que também devem ultrapassar a casa dos milhões de reais.
Fonte: G1
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