PolĂ­tica

Futuro ministro da Defesa de Lula, José Múcio fala em 'despolitizar' e 'despartidarizar' Forças Armadas

Por G1

09/12/2022 às 20:47:19 - Atualizado hĂĄ
José MĂșcio Monteiro foi um dos cinco futuros ministros anunciados por Lula nesta sexta. Em entrevista à GloboNews, disse que vĂȘ cisão polĂ­tica nas forças e que 'precisamos juntar todos'. José MĂșcio Monteiro sobre risco de golpe: 'as Forças Armadas tĂȘm demonstrado que não apoiam qualquer movimento desse'

Confirmado nesta sexta-feira (9) como futuro ministro da Defesa do governo Lula, o ex-deputado José MĂșcio Monteiro disse em entrevista à GloboNews que é preciso "despolitizar" e "despartidarizar" as Forças Armadas.

"O que eu proponho? Que nós voltemos a ser o que sempre fomos e deu certo. Os militares guardiões, uma instituição de Estado e sem participar de polĂ­tica", afirmou.

"É uma volta ao passado? Não. É uma volta ao que sempre foi nas Forças Armadas. A despolitização, e mais, a despartidarização das Forças Armadas é uma coisa absolutamente necessĂĄria para o paĂ­s", seguiu.

O polĂ­tico também disse avaliar que as Forças Armadas tĂȘm demonstrado que "não apoiam qualquer movimento" de base golpista ou antidemocrĂĄtica, mas reconheceu que hĂĄ uma forte divisão polĂ­tica entre os militares.

"As Forças Armadas tĂȘm demonstrado que não apoiam qualquer movimento desses [golpistas]. Evidentemente que tĂȘm suas preferĂȘncias. Se vocĂȘ me dizer que temos trĂȘs Forças, sou capaz de dizer que temos seis Forças. O Exército, a Marinha e a AeronĂĄutica que gostam de Bolsonaro; e o Exército, a Marinha e a AeronĂĄutica que gostam de Lula", disse.

"Evidentemente, precisamos colocar as coisas no seu devido lugar. As Forças Armadas são uma instituição do Estado brasileiro, e não de quem estĂĄ comandando o Estado brasileiro", ressalvou.

"A sociedade respeita as Forças Armadas pela sua união, força, responsabilidade. Eles tiveram muitas oportunidades de exercitar essa falta de patriotismo [dando um golpe]. Precisamos juntar todos, porque nunca esse paĂ­s precisou tanto da consciĂȘncia de que, em um tropeço qualquer na nossa democracia, todos sairemos prejudicados", seguiu o futuro ministro.

José MĂșcio Monteiro: quem é o novo ministro da Defesa

Civis no comando

Monteiro anunciou que seu secretĂĄrio-geral no Ministério da Defesa serĂĄ Luiz Henrique Pochyly da Costa – um civil, assim como o futuro ministro. Pochyly trabalhou com Monteiro no Tribunal de Contas da União.

O Ministério da Defesa foi criado em 1999 e, até 2018, tinha sido comandado apenas por civis: uma forma de garantia a primazia dos civis sobre os militares, afastando os riscos de uma nova ditadura como a que vigorou no paĂ­s entre 1964 e 1985.

No Ășltimo ano de governo Michel Temer e nos quatro anos de governo Jair Bolsonaro, no entanto, a pasta foi chefiada por generais do Exército.

CrĂ­tica ao 'entorno' bolsonarista

José MĂșcio Monteiro também afirmou que "gosta" do presidente Jair Bolsonaro – eles foram colegas na Câmara dos Deputados nos anos 1990.

Monteiro foi um dos poucos interlocutores a visitar Bolsonaro após a derrota no segundo turno – quando o presidente se "encastelou" no PalĂĄcio da Alvorada.

"Eu encontrei um homem abatido, resignado talvez, mas não conformado", descreveu.

O futuro ministro também disse que tentarĂĄ voltar a se encontrar com Bolsonaro nos próximos dias, antes da posse do novo governo. Ele também pretende se reunir na próxima segunda (12) com o atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

Para José MĂșcio, Bolsonaro é "mais pacĂ­fico" que o grupo de bolsonaristas fanĂĄticos que vem estimulando pautas inconstitucionais e de ruptura da ordem democrĂĄtica. "O presidente Bolsonaro sai dessa eleição com um capital gigantesco, metade do paĂ­s. Tenho absoluta certeza de que se ele quer pensar no futuro, e se os adeptos querem que ele volte um dia, tem que sair como um estadista", avaliou.

Comando das Forças Armadas

O futuro ministro da Defesa afirmou na entrevista à GloboNews que o presidente eleito, Lula, delegou a ele a função de escolher os novos comandantes de Exército, Marinha e AeronĂĄutica.

Monteiro, então, decidiu seguir a regra hierĂĄrquica tradicional: colocar nos cargos os militares "mais antigos" de cada força.

Com isso, serão comandantes a partir de 2023:

AeronĂĄutica: tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno;

Exército: general Julio Cesar de Arruda;

Marinha: almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen.

Ainda falando de hierarquia, Monteiro afirmou que, no novo governo, não serĂĄ "tolerado" que militares das Forças Armadas façam manifestações polĂ­ticas nas redes sociais ou em outro meio.

"Nunca houve, prejudicou as Forças Armadas e não hĂĄ interesse para as corporações que essas coisas permaneçam", disse.
Fonte: G1
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