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Hungria e Turquia mantêm barreiras à entrada de Finlândia e Suécia na Otan

Por Da Redação

06/10/2022 às 19:01:12 - Atualizado há

Os planos da Finlândia e da Suécia de se juntar à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), anunciados em maio, ainda têm dois obstáculos pela frente. Enquanto 28 dos 30 estados da Aliança Atlântica ratificaram as mudanças do tratado em seus parlamentos nacionais que aprovariam a aceitação dos países nórdicos, Hungria e Turquia têm frustrado o estouro da garrafa de champanhe por Helsinque e Estocolmo. As informações são da rede Euronews.

No mês passado, o ministro das Relações Exteriores finlandês, Pekka Haavisto, disse que seu homônimo húngaro tinha dado garantias de que prosseguiria com a aprovação, e assegurou aos finlandeses que não havia impasses quanto à entrada do seu país ou da Suécia.

Porém, nesta semana, o Fidesz, partido político nacional-conservador e populista da Hungria, o qual pertence o presidente Viktor Orbán, bloqueou a introdução de uma moção no parlamento que aceleraria uma votação sobre o processo de adesão à Otan para ambos os postulantes. O movimento gerou críticas por parte da oposição.

“Esta é uma decisão incompreensível e injustificada”, disse Bertalan Tóth, o parlamentar húngaro que tentou apresentar a moção. 

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, recebe cartas oficiais de pedido de adesão à Aliança de Klaus Korhonen (embaixador da Finlândia) e Axel Wernhoff (embaixador da Suécia) (Foto: Otan/Flickr)

Ele argumentou que Helsinque e Estocolmo são parceiros comprometidos da Aliança, com participação no programa Parceria para a Paz da Aliança desde 1994. Além disso, têm um “papel ativo em operações de apoio à paz lideradas pela Otan passadas e presentes”, acrescentou.

A discussão do processo de adesão segue na agenda do parlamento húngaro. No entanto, não há data definida para levá-la adiante. Isso sugere que a questão ficou em segundo plano.

“Parece que Orban está apenas se juntando ao movimento turco quando se trata de adesão à Otan finlandesa e sueca”, disse Minna Ålander, pesquisadora do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais em Helsinque, citando a contrariedade do presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

“Enquanto Erdogan continuar anunciando que continuará bloqueando sua adesão, como fez alguns dias atrás, a Hungria é improvável que se mova”, disse Ålander.

“Lar de terroristas”

Erdogan faz vistas grossas às adesão por conta de denúncias antigas feitas por ele mesmo de que nações escandinavas “são o lar para organizações terroristas”. No caso, ele se incomoda com o tratamento dispensado pelos pretendentes e outros países do Ocidente a organizações que a Turquia classifica como terroristas. Sobretudo as milícias curdas PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos) e YPG (Unidade de Proteção do Povo) e os seguidores do clérigo islâmico Fethullah Gulen, que vive nos EUA.

Inicialmente, Ancara também sinalizou positivamente o apoio às propostas da Otan. Em um telefonema ocorrido em abril entre o presidente Erdogan e seu colega finlandês, Sauli Niinistö, os finlandeses tiveram um favorável aceno de que não haveria problemas.

Porém, em maio, a Turquia mudou de ideia e apresentando uma lista de razões pelas quais as duas nações nórdicas não poderiam se juntar à Otan. O suposto apoio a extremistas foi um dos motivos alegados.

Na opinião de Toni Alaranta, especialista em Turquia do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais, os interesses estratégicos de Ancara têm divergido cada vez mais do resto da Aliança Atlântica.

“É difícil escapar da conclusão de que as elites da política externa do país duvidam muito se é do interesse da Turquia apoiar a expansão da Otan em um momento em que os turcos estão tentando continuar sua política de equilíbrio entre o Ocidente e a Rússia”, disse Alaranta.

No que tange à guerra na Ucrânia, a Turquia tenta manter uma relação minimamente neutra, vez que tem relações cordiais tanto com Moscou quanto com Kiev. Entretanto, desde antes do conflito a Rússia vinha contestando a iniciativa de Ancara de vender armamento aos ucranianos.

Se por um lado a Turquia arma os ucranianos e tem criticado a iniciativa russa de invadir a nação vizinha, por outro, já se posicionou contra as sanções impostas pelo Ocidente a Moscou, mantendo relações comerciais inabaláveis, especialmente no setor de energia.

 

Fonte: A Referência
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