Codashop facilita a vida do gamer - e movimenta a indústria de pagamentos

O bilionário e global mercado gamer convive com uma dor que cresce paralelamente ao avanço para ambientes móveis e digitais: conciliar sistemas de pagamentos. Isso acontece porque cada vez mais o dinheiro movimentado para compras de jogos ou itens diversos para os jogadores de todo o mundo se dá on-line. E é aqui que entra o serviço da Codashop. A empresa é uma gateway que traz soluções quando há necessidade de lançar um jogo em outro país – é necessário uma estrutura para receber pagamentos localmente, e montar essa infraestrutura é muito caro e leva tempo. "É mais fácil para o brasileiro pagar com boleto ou Pix do que com um cartão internacional", afirmou à DINHEIRO Zach Nass, diretor-gerente para as Américas da Codashop, explicando o papel de facilitador da companhia.

A empresa fundada em Cingapura há 11 anos tem valuation de US$ 2,5 bilhões, atua em 60 países e fatura US$ 80 milhões por ano. Tudo lastreado em um diferencial decisivo: a experiência centrada no usuário. Para Nass, o segredo é pensar sempre nos gamers. "Queremos trazer experiências premium que também sejam acessíveis para todos." Isso significa oferecer diversidade em formas de pagamento, seja com cartões, pelo celular ou comprando um cartão com QR code para conseguir créditos para seu jogo favorito. "É acessibilidade que se traduz em faturamento para as empresas."

O executivo diz que as publicadoras foram as primeiras a reconhecer a necessidade de facilitar o processo. "Elas viram a carência de algo que não existia na época", disse. Entender que cada país é diferente, com sistemas legais, fiscais e regulatórios, faz com que seja difícil para muitas empresas terem essa estrutura própria. "É inviável", afirmou. As maiores dificuldades em ser uma gateway, segundo ele, está em manter os serviços de qualidade nos 60 países diferentes e se manter atualizado com esse emaranhado fiscal, legal e regulatório. Além disso, é um mercado muito focado em novidades. "Queremos sempre trazer o que há de mais novos para os clientes." Nass afirma que cada jogo atrai uma nova complexidade. "E isso envolve tempo, dinheiro e pessoas."

"É mais fácil para o brasileiro pagar com boleto ou Pix do que com um cartão internacional" Zach Nass diretor-gerente para as Américas da Codashop.

A decisão de vir para o Brasil em 2019 foi fácil, segundo ele. "O País tem bastante jovens, entre 20 e 25 anos, que é nosso público-alvo." As empresas no geral também não ofereciam as formas de pagamento que os brasileiros mais gostariam de utilizar. A população brasileira hoje, de 215 milhões de pessoas, tem 81,2 milhões de gamers, segundo a Newzoo. Jogadores que ajudaram a gerar um faturamento de US$ 2,3 bilhões em 2021 no País, de acordo com dados da PagBrasil.

EXPANSÃO Mas não é só nos jogos que a companhia enxerga oportunidades de crescimento. A expansão da Coda tem nome: etilo de vida. Para Nass, o segmento tem tudo a ver com a empresa e conversa bem com o universo dos games. Apps de relacionamento, de streaming e outros no mundo do entretenimento fazem parte da estratégia de crescimento da empresa. "Tudo que toca no mundo do entretenimento é algo que queremos explorar", disse. Crescer pelo metaverso e na web 3.0 também estão nos planos. Mas sempre de maneira relevante. "Queremos ser assertivos na forma como abordamos esses universos", afirmou Nass.

MERCADO

Falar que o mercado de jogos é um dos mais lucrativos no mundo não surpreende mais. Segundo a Newzoo, no último trimestre de 2021, foram mais de 9 empresas do segmento com faturamento acima de US$ 1 bilhão, a líder é a Tencent com US$ 7,964 bilhóes, seguida pela Sony (US$ 4,823 bilhões) e a Apple (US$ 4,421 bilhões). Há inúmeros modelos de negócios diferentes que podem ser explorados nos games e o escolhido da Codashop foram os pagamentos.