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BlackRock cede às criptomoedas: entenda o que isso pode mudar em seus investimentos

Por Da Redação

19/08/2022 às 03:53:17 - Atualizado há

As criptomoedas estão se tornando cada vez mais populares. Prova disso foram duas medidas anunciadas pela gestora de recursos BlackRock. No início de agosto, ela fechou uma parceria com a exchange Coinbase para oferecer esses ativos para seus clientes institucionais. Uma semana depois, na quinta-feira (11), anunciou a criação de um fundo nos Estados Unidos que investe em bitcoins (BTC). Com um detalhe importante: o novo produto será destinado a investidores institucionais, como fundos de pensão, family offices e seguradoras. “Estamos vendo um interesse substancial de alguns clientes institucionais em como acessar esses ativos de maneira eficiente e econômica”, informou a companhia.

Tudo o que a companhia faz afeta o mercado. Não é por acaso. Ela é a maior gestora de fundos do mundo, com US$ 10 trilhões em patrimônio. Além disso, ela opera o gerenciador de ativos financeiros Aladdin. Abreviatura para Asset, Liability and Debt and Derivative Investment Network, o Aladdin é a plataforma de acompanhamento de investimentos com mais recursos no mundo, tendo US$ 21,6 trilhões de dólares sob custódia. Por isso, a notícia deixou o mercado de criptomoedas animado.

Um dia após o anúncio, na sexta-feira (12), o bitcoin subiu 2% e retornou aos US$ 24 mil, patamar que se sustentou por alguns dias. A agitação aconteceu principalmente devido à decisão da gestora. Ela mostra uma mudança radical de opinião do fundador e CEO da BlackRock, Larry Fink. Ele disse, em outubro de 2017, que o bitcoin era um instrumento para atividades ilegais. “O bitcoin apenas mostra quanta demanda de lavagem de dinheiro existe no mundo. Isso é tudo. É um índice de lavagem de dinheiro”, afirmou. Apesar de o executivo não ter emitido nenhuma declaração sobre o lançamento, esse é um caso em que atos valem muito mais do que palavras. Independentemente do que Fink ache sobre os criptoativos, sua empresa considerou a demanda dos investidores institucionais relevante o suficiente para ingressar nesse mercado.

Segundo os analistas, esse movimento é um divisor de águas. “Essa notícia é um marco importante, visto que até a empresa que criticava esses investimentos uns anos atrás está abrindo a possibilidade de seus clientes investirem na sua própria plataforma”, disse o gestor de portfólio da Hashdex João Marco.

Divulgação

“A mudança de opinião da BlackRock é um marco para a história do bitcoin” João Marco, gestor de portfólio da Hashdex.

IMPACTOS Como o movimento da BlackRock altera as recomendações de investimento? Apesar de não ser capaz de mudar tendências de alta ou de baixa, a entrada com força dos investidores institucionais nesse mercado poderá atenuar a volatilidade dos preços. Segundo os especialistas, ativos cujos mercados são dominados por pequenos investidores tendem a mostrar solavancos maiores, pois os movimentos de compra e de venda costumam ser simultâneos. Grandes participantes, como fundos de pensão, podem aproveitar momentos de baixa para comprar, e momentos de alta para vender, suavizando as oscilações.

Como investir? Segundo o analista chefe da Titanium Asset, Ayron Ferreira, a melhor forma de testar esse mercado, que ainda não está totalmente regulamentado, é por meio de empresas sólidas. Valter Rebelo, analista da Empiricus Cripto, afirmou que o primeiro mandamento é não colocar mais 5% do seu patrimônio, visto o risco que o investidor pode enfrentar. “Se a pessoa conhecer o assunto vale a pena investir um pouco mais, mas o recomendável é que não passe muito desse percentual”, disse Rebelo.

Seguindo essa premissa, bitcoin e ethereum não podem faltar na carteira. “A compra deve ser feita aos poucos para o investidor ter um bom preço médio”, afirmou o gestor de portfólio da Hashdex João Marco. Ele explica que o interessado deve fazer desse jeito por causa da alta volatilidade que o mercado apresenta.

É o que destaca Ferreira, da Titanium Asset. Para ele, mesmo que o anúncio da BlackRock tenha sido muito bom, o atual ciclo de alta de juros atrapalha o desempenho dos ativos de risco. Por isso, para Ferreira, é algo para o longo prazo. “Continuamos muito confiantes na tese de valor do bitcoin como rede e moeda para descentralizar o sistema financeiro e se tornar uma reserva de valor amplamente adotada”, afirmou.

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