Educação Inovação

Projeto elabora ferramenta de gestão para empreendimentos de interesse social

Por Da Redação

03/08/2022 às 10:43:44 - Atualizado há

Modelo de interesse social

Como resultados do trabalho em conjunto, Codinhoto destaca que o grupo focal conseguiu desenvolver um modelo que aponta para os interesses sociais, porém sem deixar de ser prático, eficiente e capaz de ser implementado pelo setor público com base nas tratativas com as agências de fomento. “Tivemos quatro atividades e chegamos às características que temos que prestar atenção e inserir no processo de projeto que se tem hoje. Porque também não adianta propor uma ferramenta de gestão que é fantástica no papel e chega na hora de implementar e não funciona”, pondera.

Morando há 17 anos na Inglaterra, o professor costuma ser solicitado para eventos técnicos e entrevistas. No ano passado, abordou o pioneirismo da Inglaterra no processo de digitalização da construção civil em um evento promovido pelo BIM Fórum Brasil, uma vez que o país europeu deu início a esta transformação ainda em 2008, com a elaboração de um relatório sobre as fragilidades do setor. Já a obrigatoriedade de adoção do BIM na elaboração dos projetos das obras públicas veio somente em 2011 e efetivada em 2016, com a promulgação de um conjunto de leis e padrões técnicos. O Brasil seguiu o mesmo caminho com a publicação de dois decretos presidenciais, em 2018. Porém, ainda hoje em dia, há uma resistência de parte da categoria de profissionais e docentes em utilizarem a ferramenta.

Ex-morador de um empreendimento da moradia popular, Codinhoto é ex-aluno da Rede Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Após ter concluído a graduação na UEL, ingressou no programa de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) até tornar-se doutor pela Universidade de Salford (Inglaterra) e docente na Universidade de Bath, considerada uma das três melhores do Reino Unido no ensino da Arquitetura e Engenharia Civil.

Ciclo de atividades formativas

Ricardo Codinhoto passou a maior parte do mês de julho nas salas e corredores do CTU da UEL para a realização de um cronograma de atividades formativas. Professor visitante do programa de Pós-Graduação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, é professor da disciplina de Instrumentalização da Tese desde 2018, início do Doutorado em Arquitetura e Urbanismo na UEL. “Da mesma forma que eu sou professor visitante aqui, eu faço trabalhos na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e as dificuldades são as mesmas. Precisa-se avançar muito na área de Metodologia de Pesquisa, entender o que é evidência porque é o que fomenta argumentos”, avalia.

Além de realizar o workshop e orientar ao menos dois alunos de Doutorado da UEL, Codinhoto ministrou na última semana uma palestra para estudantes de pós-graduação sobre outra importante experiência das escolas de arquitetura britânicas: a utilização da Pedagogia do Ateliê como metodologia de produção de, no mínimo, 50% dos projetos exigidos ao longo dos cursos de graduação. “Na Inglaterra, o órgão equivalente ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) exige que 50% do curso seja entregue dentro de um ateliê, onde os alunos vão praticar. Se o objetivo é ensinar a praticar Arquitetura, é no ateliê que praticamos, não em uma sala de aula olhando o professor. É você projetando e discutindo com os colegas e professores.”

A programação de atividades em Londrina também incluiu um encontro com servidores e demais profissionais que atuam com projetos e na manutenção da infraestrutura de hospitais. Neste evento, Codinhoto abordou tópicos importantes no contexto de digitalização de projetos, com a maior presença de técnicas que utilizam Inteligência Artificial e o aprendizado das máquinas, além da utilização de BIM. “É importante mostrar o que tem lá no horizonte, coisas que estão sendo feitas que geram maior eficiência na gestão. Porque em órgãos públicos não adianta só construir, você vai ficar com toda a manutenção da edificação. Acho que estas palestras de quarta e quinta-feira vão tocar nesses temas”, comenta a professora sênior do Departamento de Arquitetura, Ercília Hirota.

Hirota também lembra que a vinda do ex-aluno para a UEL contou com o financiamento do Fundo Newton e da Fundação Araucária, possível graças ao Programa de Cooperação Internacional STEM (sigla para Science, Technology, Engineering and Mathematics) firmado entre o Conselho Britânico e o Ministério da Educação e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). No entanto, ressalta que o Brasil atravessa período de redução do investimento público para o setor, de modo que os recursos só foram utilizados no custeio das passagens aéreas. Desta forma, a contribuição pedagógica do docente em tantas atividades formativas é fruto de um sentimento de retribuição para a UEL.

Fonte: O Perobal
Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo
Acompanhantes GoianiaDeusas Do Luxo