SaĂșde SaĂșde e Bem-Estar

Capacidade de equilíbrio está ligada a uma vida mais longa, diz estudo

Pesquisas anteriores associaram a incapacidade de ficar de pé em uma perna a um maior risco de quedas e declínio cognitivo.

Por Isto É Dinheiro

22/06/2022 às 01:16:39 - Atualizado hĂĄ
O simples teste de equilĂ­brio pode ser Ăștil para incluir em exames fĂ­sicos de rotina para pessoas de meia e velhice, sugeriu a pesquisa, publicada na terça-feira no British Journal of Sports Medicine.

Enquanto o envelhecimento leva a um declĂ­nio na aptidão fĂ­sica, força muscular e flexibilidade, o equilĂ­brio tende a ser razoavelmente bem preservado até os 50 anos, quando começa a diminuir de forma relativamente rĂĄpida, observou a pesquisa. Pesquisas anteriores associaram a incapacidade de ficar de pé em uma perna a um maior risco de quedas e declĂ­nio cognitivo. O estudo envolveu 1.702 pessoas com idades entre 51 e 75 anos residentes no Brasil, que foram solicitadas a se equilibrarem sem apoio em uma perna durante uma verificação inicial. Os pesquisadores disseram aos participantes para colocar a frente do pé livre atrĂĄs da perna em pé, manter os braços ao lado do corpo e os olhos fixos à frente. Até trĂȘs tentativas em cada pé foram permitidas.

Ser capaz de se equilibrar em uma perna é importante para os idosos por vĂĄrias razões, e também reflete os nĂ­veis mais amplos de condicionamento fĂ­sico e saĂșde, disse o autor do estudo, Dr. Claudio Gil AraĂșjo, da ClĂ­nica de Medicina do ExercĂ­cio – CLINIMEX – Rio de Janeiro. "Precisamos regularmente? de uma postura de uma perna só, para sair de um carro, subir ou descer um degrau ou escada e assim por diante. Não ter essa habilidade ou ter medo de fazĂȘ-lo, provavelmente estĂĄ relacionado a perda de autonomia e, consequentemente, menos exercĂ­cio e a bola de neve começa", explicou.


Falta de equilĂ­brio e longevidade

Os participantes do estudo tinham uma idade média de 61 anos e dois terços deles eram homens. Cerca de 1 em cada 5 não conseguiu se equilibrar em uma perna por 10 segundos no check-up inicial. Os pesquisadores monitoraram os participantes após o check-up inicial por um perĂ­odo de sete anos, durante os quais 123 – 7% – das pessoas estudadas morreram.

A proporção de óbitos entre aqueles que falharam no teste (17,5%) foi significativamente maior do que os óbitos entre aqueles que conseguiram se equilibrar por 10 segundos (4,5%). O estudo descobriu que, para aqueles incapazes de completar o teste de equilĂ­brio, havia um risco 84% maior de morte por qualquer causa, e esse vĂ­nculo permaneceu mesmo quando outros fatores – incluindo idade, sexo, IMC e condições preexistentes ou riscos à saĂșde , como doença arterial coronariana, hipertensão, obesidade, colesterol alto e diabetes – foram levados em consideração. No entanto, os pesquisadores não conseguiram incluir em sua anĂĄlise outras variĂĄveis como história recente de quedas, padrão de atividade fĂ­sica, prĂĄtica de exercĂ­cios ou esportes, dieta, tabagismo e uso de medicamentos que possam interferir no equilĂ­brio. A pesquisa foi observacional e não revela causa e efeito. O estudo não analisou nenhum mecanismo biológico possĂ­vel que possa explicar a ligação entre o equilĂ­brio ruim e a longevidade.

Dr. Naveed Sattar, professor de medicina metabólica do Instituto de CiĂȘncias Cardiovasculares e Médicas da Universidade de Glasgow, disse que a pesquisa é interessante, mas não definitiva. "Como uma perna em pé requer um bom equilĂ­brio, ligado à função cerebral, boa força muscular e bom fluxo sanguĂ­neo, provavelmente integra os sistemas muscular, vascular e cerebral, por isso é um teste global do risco de mortalidade futura – embora grosseiro", disse Sattar, que não participou do estudo. "Se alguém não consegue fazer os 10 segundos e estĂĄ preocupado, deve refletir sobre seus próprios riscos à saĂșde", disse ele. "Eles podem tentar fazer mudanças positivas no estilo de vida, como caminhar mais, comer menos se perceberem que podem fazer melhor – a maioria subestima a importância do estilo de vida para a saĂșde", disse ele. "Mas eles também podem consultar seu médico se, por exemplo, não tiverem fatores de risco para doenças cardiovasculares medidos ou outras condições crônicas, como diabetes, testadas".


Melhorar o equilĂ­brio

Em geral, aqueles que falharam no teste tinham uma saĂșde pior e incluĂ­am uma proporção maior de pessoas obesas e/ou com doenças cardĂ­acas, pressão alta e perfis de gordura no sangue não saudĂĄveis, de acordo com o estudo. O diabetes tipo 2 também foi mais comum entre aqueles que não conseguiram completar o teste. O estudo ocorreu entre 2009 e 2020 e fez parte de um projeto de pesquisa mais amplo que começou em 1994.

A incapacidade de completar o teste de equilĂ­brio aumentou com a idade, mais ou menos dobrando em intervalos subsequentes de 5 anos a partir da faixa etĂĄria de 51 a 55 anos . Mais da metade (cerca de 54%) dos participantes do estudo com idades entre 71 e 75 anos não conseguiu completar o teste, em comparação com 5% na faixa etĂĄria mais baixa que não conseguiu fazĂȘ-lo. Não houve tendĂȘncias claras nas mortes, ou diferenças nas causas de morte, entre aqueles capazes de completar o teste e aqueles que não puderam fazĂȘ-lo.

AraĂșjo disse que o equilĂ­brio pode ser melhorado substancialmente com treinamento especĂ­fico, e isso foi algo que ele trabalhou com pacientes envolvidos em um programa de exercĂ­cios supervisionado por médicos. No entanto, ele disse que ainda não tinha os dados para avaliar se a melhora do equilĂ­brio influenciava na longevidade. Se vocĂȘ quiser testar sua própria capacidade de se equilibrar em uma perna por 10 segundos, AraĂșjo aconselhou que é melhor ficar perto de uma parede ou mesa ou de outra pessoa para se apoiar.

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