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Jovens com deficiência conhecem a Câmara Municipal e sugerem novas leis?

Por Da Redação

06/05/2022 às 15:43:21 - Atualizado há

Oito jovens com deficiências visual, auditiva, intelectual e autismo participaram da reunião da Comissão de Acessibilidade da Câmara Municipal de Curitiba, na tarde desta quinta-feira (5/5). O encontro marca mais uma edição do projeto Jovens Autodefensores, promovido pelo Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Curitiba.

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Segundo a diretora do departamento, Denise Moraes, a atividade chamada Ação Legislativa é direcionada a jovens de 15 a 24 anos com deficiência. “O objetivo é trabalhar a autonomia e o protagonismo desses jovens”, declara Denise.

Os jovens conheceram a sede da Câmara Municipal, foram apresentados a alguns vereadores, participaram da comissão que os representa e puderam propor novas leis e melhorias na cidade.

Participação ativa

Roberto Bacelar Junior, 16 anos, tem TEA (Transtorno do Espectro Autista). Ele é aluno do 2º ano do ensino médio e pela primeira vez relatou que foi vítima de bullying na escola. Roberto também usou a tribuna da casa para solicitar outras demandas, como a ampliação de pistas táteis, calçadas melhores e roupas com tecidos inteligentes para pessoas com necessidades especiais.

“Em todos esses anos de escola, essa foi a primeira vez que ele relatou o comportamento abusivo dos colegas que riam dele e não entendem as estereotipias do autismo. Mas tudo foi resolvido no início e o caso virou assunto de discussão na escola, um debate importante”, comenta Ledinalva Almeida, mãe de Roberto.

Claudio Augusto Geanezini, 17 anos, também tem TEA (Transtorno do Espectro Autista). Ele conta que já concluiu o ensino médio e treina natação desde os 9 anos, mas nunca conseguiu competir junto dos colegas, porque não existe uma categoria para ele.

“Tento competir desde 2019, mas sou barrado, proibido e excluído pela falta de uma categoria que me encaixe. Hoje eu só conseguiria competir com quem não possui nenhuma deficiência e nesse caso competiria em desvantagem. Por isso peço a criação de uma categoria para autistas, tenho certeza de que assim como eu, milhares de outros autistas serão beneficiados”, declarou Cláudio.

Quem também foi reivindicar mais acessibilidade foi Higor Cordeiro, 17 anos, deficiente auditivo. Higor pede mais intérpretes de libras em diversos locais, como consultórios médicos, bancos e serviços que ofertam vagas de trabalho. “Gostaria também que tivesse mais oferta de cursos, temos dificuldade com a escrita, precisamos aprender o português e não encontramos cursos para esse aprendizado”, salienta Higor.

Os jovens foram ouvidos pelo presidente da comissão, o vereador Pier Petruzziello, e pelo vereador Mauro Bobato. “Vou analisar todas as solicitações e ver a possibilidade de colocar em prática o que for possível. É importante promover a convivência em um mundo cada vez mais inclusivo e melhor.”, declara Pier.

Uma primeira etapa dessa atividade aconteceu de forma on-line no dia 3 de maio, como preparação para esse encontro presencial.

Fonte: Boca Maldita
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Jornalista Luciana Pombo

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