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Há chance para a esquerda na França? Eleições presidenciais acontecem no próximo domingo (10)

Por Brasil de Fato

06/04/2022 às 09:36:24 - Atualizado há
Brasil de Fato

Assim como o Brasil, a França também será marcada por eleições presidenciais em 2022: o primeiro turno está previsto para o próximo domingo, dia 10 de abril. Se nenhum candidato conseguir mais de 50% dos votos, haverá segundo turno no dia 24.

Pesquisas de opinião indicam que o atual presidente Emmanuel Macron tem grandes chances de reeleição. Porém, a insatisfação contra o governo em relação ao desemprego, inflação, alto custo de vida, entre outros problemas que os franceses vivem, trouxeram à cena eleitoral alguns nomes conhecidos de extrema direita como Marine Le Pen, e o candidato independente Éric Zemmour, que além do discurso xenofóbico tem a proposta de retirar a França da União Europeia.

Já para a esquerda francesa, a principal aposta é o antigo ministro socialista e fundador do partido La France Insoumise (A França Insubmissa), Jean-Luc Mélenchon. Nas últimas pesquisas, o candidato aparece como terceiro colocado no primeiro turno da disputa presidencial.

Para falar sobre essa conjuntura e a disputa de forças que concorrem ao governo francês, o Caminhos para o Mundo da última terça (5) convidou Florence Poznanski, dirigente nacional do Partido de Esquerda, e principal líder do movimento França Insubmissa.

Poznanski morou no Brasil por quase dez anos, período em que representou seu partido e militou por processos de participação popular nos meios de comunicação. Durante a entrevista, ela analisa alguns dos motivos pelos quais Macron aparece como favorito para vencer as eleições:

"O eleitorado da direita costuma votar com mais frequência, até por terem mais poder aquisitivo, por estarem mais introduzidos dentro das redes institucionais, e é uma grande parte do eleitorado do Macron. Por outro lado, apesar de ele ter um balanço político péssimo no que tange à incapacidade de conter o aumento das desigualdades sociais, ele conseguiu alguma vantagem na maneira com a qual liderou a pandemia, porque ele acabou desdobrando muitos recursos para assuntos emergenciais. Isso deu a sensação de um presidente ativo, que respondia a algumas perguntas imediatas do povo, e ele soube também manusear isso razoavelmente bem no período do fim desse mandato".

Esquerda dividida

Até dezembro do ano passado, a esquerda francesa contava com oito candidatos na disputa presidencial. Ainda segundo Florence Poznanski, o "cenário dramático" reflete uma incompatibilidade das propostas com o "ser de esquerda":

"O Partido Socialista, durante o governo de Hollande (2012 - 2017), implementou um programa totalmente liberal que ajudou inclusive a legitimar o programa de Macron. E o próprio Partido Verde atual, que é mais ou menos o outro que tem intenção de votos razoáveis, diz abertamente que um programa ecológico está compatível com o capitalismo, ou seja, o tal do capitalismo verde que para nós no Partido de Esquerda, que defendemos uma visão ecossocialista do mundo, é um absurdo. Sabemos que uma transformação ecológica profunda passa pelo que chamamos de uma bifurcação ecológica, e não só uma transição moderada ecológica".

*A entrevista foi gravada antes da Guerra na Ucrânia, por isso, esse contexto não foi considerado nas análises do cenário eleitoral francês.

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