Geral assédio

Assédio no mundo virtual também é assédio e deve ser combatido

Por Da Redação

24/02/2022 às 18:16:56 - Atualizado há

A Lei de Moore, teoria criada por Gordon Earle Moore, presidente da Intel em 1965, dizia que não demoraria muito tempo para que as pessoas passassem a trabalhar, consumir e conviver em um novo mundo virtual.

O ano de 2022 traz a certeza de que estamos caminhando a passos largos para a concretização da Lei de Moore. O mundo físico e analógico cada vez mais se mescla com o ambiente online. Trabalhamos, nos relacionamos, fazemos transações bancárias, compras e tantas outras coisas com o uso de dispositivos virtuais.

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Mas a perspectiva é que tudo se transforme com a chegada do metaverso. Esta tecnologia, que tem nome de utopia futurista, e a qual estávamos acostumados a ver somente nos filmes e livros de ficção científica, parece ter chegado para ficar. Seu potencial é tão grande que fez até o Facebook mudar seu nome para Meta.

Para ter uma noção, o grupo de Mark Zuckerberg vai investir 10 bilhões de dólares em seu projeto ligado à realidade virtual e aumentada. Além disso, a Oculus, empresa que passou a fazer parte do conglomerado em 2014, registrou o maior número de downloads do seu App em 25 de dezembro de 2021, nos Estados Unidos.

Na prática, o metaverso é um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada e hologramas.

Olhando para esse cenário e para a proposta do Metaverso, é possível que muito em breve estejamos todos conectados em um mundo de infinitas possibilidades. No entanto, para que isso aconteça de maneira segura, ainda é preciso enfrentar os diversos desafios que essa tecnologia nos coloca.

Assédio no mundo virtual

No fim do ano passado, por exemplo, a Meta esteve envolvida em um caso de assédio. Tudo isso aconteceu dentro do Horizon Words, um serviço que permite a criação de avatares digitais que podem interagir com os de outros usuários.

Essa experiência pode ainda ser reforçada com o auxílio de óculos VR, também conhecidos como realidade virtual, que aumentam a imersão. A plataforma está em testes e foi liberada recentemente para um grupo selecionado de usuários nos Estados Unidos e Canadá – e foi justamente entre esse grupo que o episódio aconteceu.

De acordo com o site The Verge, uma usuária disse que teve seu avatar “apalpado” por outra pessoa desconhecida dentro do ambiente virtual. A mulher ainda denunciou outros usuários que estavam no local e não prestaram ajuda ao presenciarem o incidente no Plaza, o ambiente de interação central do Horizon Words.

Precisamos avançar com a tecnologia de maneira responsável

O assédio, especialmente contra mulheres, é algo estrutural. Por isso, não é necessariamente surpresa que ele pudesse acontecer no ambiente virtual, sendo ele uma extensão do que vivemos no mundo físico. Isso em nada diminui a gravidade do ocorrido ou altera uma verdade absoluta: casos de assédios são inaceitáveis e precisam ser combatidos ativamente.

Com o metaverso, temos a chance de construir um mundo justo e seguro para todos. Para isso, serão necessárias medidas concretas, implementadas pelas empresas de tecnologia, governos e também pela sociedade.

Uma primeira e importante medida deve ser o aperfeiçoamento do marco regulatório. Em um futuro próximo, precisaremos de mecanismos legais que tragam respaldo para o metaverso, definindo contornos claros para direitos e deveres de seus usuários.

A educação digital é um segundo pilar estratégico. Será preciso desenvolver campanhas educativas para que todos que estejam no ambiente do Metaverso tenham um compromisso com a erradicação de todas as formas de violência.

Por fim, será preciso criar mecanismos claros para prevenir casos de assédio e outras violências que possam surgir no novo mundo digital. Isso passa, necessariamente, pela inclusão de sanções aos agressores. A mensagem precisa estar clara e precisa: o assédio não será tolerado e as vítimas podem contar com apoio constante para denunciar essas situações de violência.

*Letícia Piccolotto é Presidente Executiva da Fundação BRAVA (www.brava.org.br) e fundadora do BrazilLAB

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Fonte: Olhar Digital
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