Alerta de como a pandemia afetou a saúde das nossas crianças
Ganhar peso nesta pandemia não foi comum somente entre os adultos. As crianças também engordaram. Os dados da sociedade Brasileira de pediatria apontam que o isolamento social promoveu uma mudança drástica de comportamento: mais tempo em frente à TV, à tela do computador, menos brincadeiras ao ar livre e menos atividades físicas.
Dados do IBGE de 2019 apontam que uma em cada três crianças brasileiras de cinco a nove anos estava acima do peso. No Paraná, o retrato é parecido, três em cada dez crianças de idade entre 5 a 9 anos atendidas nas Unidades de Saúde apresentaram excesso de peso. Os riscos ligados ao sobrepeso infantil têm relação com doenças graves e silenciosas que podem persistir e levar a uma vida adulta de cuidados e restrições.
Para o médico pediatra e deputado federal Luciano Ducci (PSB), a realidade da pandemia pode ser ainda mais alarmante. "Os dados que temos são anteriores à pandemia. A tendência é de que estes números já tenham crescido. E a preocupação é com a saúde dessas crianças no futuro. Porque há uma probabilidade muito grande de crianças obesas virarem adultos obesos e a obesidade é ligada a doenças muito sérias e crônicas como o diabetes e doenças cardiovasculares", disse ele.
Exercícios físicos regulares, limites ao uso de eletrônicos e da TV e uma alimentação equilibrada, rica em fibras e com pouca gordura ou açúcar são aliados importantes no controle do peso das crianças. É importante estar atento aos sinais e garantir que toda a família esteja envolvida na mudança de hábitos, em especial, os alimentares.
"Quem faz as escolhas dos alimentos consumidos pela família não pode ser a criança. Não é necessário privá-las de totalmente das guloseimas, mas que haja controle. O consumo de alimentos processados, com pouco valor nutricional, e o consumo de refrigerantes e sucos prontos não pode ser uma constante", complementou Ducci.