Saúde SUS

Conheça futuro médico belga que estagiou no Tatuquara e quer atuar no SUS

O jovem de 30 anos é aluno da Universidade de Ghent, onde está no 12º semestre de Medicina

Por Prefeitura de Curitiba

09/02/2022 às 12:47:42 - Atualizado há
O estudante belga de medicina Maarten Tom Missinne durante estágio em Curitiba. Foto: Divulgação Feas.

Ele foi embora, mas promete voltar – e para o SUS. O estudante de Medicina Maarten Tom Missinne, de 30 anos, encerrou na última sesta sexta-feira (4) seu estágio de vivência prática na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Tatuquara, em Curitiba.

Apaixonado pelo Brasil e pela saúde pública, planeja retornar depois de formado na Bélgica, onde nasceu e mora.

"Eu me sinto em casa no Brasil", diz o futuro médico.

Maarten é aluno da Universidade de Ghent, onde está no 12º semestre de Medicina. Para fazer o estágio no Brasil, ele pediu ajuda ao Centro de Ensino e Pesquisa em Saúde da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas). Vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a fundação administra a UPA Tatuquara. Os trâmites burocráticos foram resolvidos e ele pôde vir.

"Oferecemos campo de prática para diversas modalidades de estágio, incluindo o curso de complementação para revalidação do diploma médico obtido no exterior oferecido pela Univali, com a qual temos convênio", explica a gerente do Centro de Ensino e Pesquisa da Feas, Isabel Zanata. Entre 2019 e 2020, em parceria com a Universidade do Vale do Itajaí, de Santa Catarina, foram 60 alunos.

Com o português treinado em 14 viagens anteriores ao Brasil, Maarten teve a oportunidade de atender a pacientes com diferentes problemas de saúde, como a covid-19. Segundo ele, a maioria dos infectados em pior condição respiratória não tinha tomado a vacina contra o vírus.

"Hoje, mais de 90% desses pacientes que precisam de hospitalização infelizmente não estão vacinados", conta o estudante, que aprendeu a fazer o procedimento de intubação durante o estágio. "Vi como funciona uma UPA, quais remédios estão disponíveis no SUS e como tratar os quadros e as doenças mais comuns", completa.

Exemplo

Para Maarten, o convívio com os colegas da UPA vai deixar saudade. "Eu só vi profissionais de saúde que faziam o seu melhor todos os dias: os médicos, os enfermeiros, os assistentes sociais", afirma. Segundo ele, chamou atenção o fato de ver os pacientes tratados com carinho, não como um número. "As pessoas são mais frias na Bélgica", justifica.

Para o médico Alberto Filipak, que recebeu Maarten na UPA Tatuquara, foi uma surpresa muito interessante, com troca de experiência técnica e cultural. "Sempre sabemos de brasileiros que desejam deixar o país. Agora, tivemos a oportunidade de conhecer um europeu que sonha em morar no Brasil e, aqui, exercer sua profissão".

A vivência também permitiu a Maarten comparar os sistemas de saúde: "O SUS é de graça e é para todo mundo. Na Bélgica, o sistema também é público, mas as pessoas precisam pagar uma pequena taxa de contribuição por consultas e exames".

Com "famílias" brasileiras construídas nas amizades nas viagens ao país, Maarten se diz dividido sobre o destino quando voltar ao Brasil. O coração flamenguista pende para o Rio de Janeiro, mas o SUS de Curitiba o atrai bastante. "A saúde em Curitiba é muito organizada", avalia o estudante. "O que eu quero é me formar, voltar para o Brasil, fazer o Revalida e trabalhar. Ainda não sei onde, mas que seja no SUS", promete.

Para ele, ser médico no SUS é uma forma de retribuir o carinho que sempre recebeu dos brasileiros desde a primeira viagem ao país, em 2015. "Meu pai quer que eu seja feliz. E eu sou muito feliz aqui", conclui.

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