Economia Geral

Economista explica o impacto da alta da taxa Selic

Por GMC Online

05/02/2022 às 10:49:02 - Atualizado há
Foto: Reprodução/Agência Brasil


A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é uma referência para todas as taxas aplicadas por instituições financeiras.

Quando a Selic está baixa, as despesas dos bancos e financeiras são menores e o crédito oferecido por essas empresas fica mais barato.

O contrário acontece quando a taxa Selic aumenta. E é o que está acontecendo no momento. Pela oitava vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros.

Esta semana, pela primeira vez desde maio de 2017, a taxa chegou a dois dígitos. Passou de 9,25% para 10,75%.

O economista Roberto Rodrigues explica por que o Banco Central decidiu elevar a taxa mais uma vez. "Entre os principais fatores que justificam essa elevação dos juros, nós podemos citar o cenário internacional menos favorável. Tanto por conta da inflação nos Estados Unidos, tanto por conta das incertezas em relação ao ritmo e atividade econômica por conta da nova onda de covid-19", diz.

"No ambiente doméstico, nós continuamos a ter surpresas negativas no campo da inflação ao consumidor. Basicamente, a taxa de juros mais elevada, contribuiria para a economia em duas frentes. Primeiro, reduzir um pouco o consumo, para trazer a inflação para dentro da meta estipulada e também para que o diferencial de juros em relação aos outros países mantenha-se atrativo. E a gente não teria mais desvalorização do real e mais valorização do dólar. O que por sua vez, implicaria em mais pressão inflacionaria. Nós importamos bastante, e dependemos de importação para produção e atividades de diversos setores da economia, isso não seria desejado", complementa.

Os juros da economia mexem com a rotina de todo cidadão. Quem tem dinheiro aplicado em renda fixa é beneficiado.

O que não acontece com quem não consegue poupar e investir, protegendo o próprio patrimônio.

Se o efeito pretendido pelo Banco Central for alcançado, ou seja, o consumo diminuir e a inflação recuar, os salários perdem menos poder de compra.

Mas o efeito negativo é que o crédito fica mais caro: empresários que precisam de capital de giro ou recursos para investimentos e pessoas físicas que recorrem a financiamentos terão mais dificuldade de conseguir dinheiro.

Uma forma de conseguir crédito a juros menores é oferecendo ao banco ou financeira uma boa garantia. "Pra nós, pessoas físicas, esse juro mais alto representa de um lado um rendimento nominal um pouco maior nas nossas aplicações no seguimento de renda física. Por exemplo, uma aplicação com taxas de 100% do CDI, passa a ter rendimentos de aproximadamente 0,8% ao mês. Já para quem precisa tomar créditos, vale ressaltar que o juro maior, é um dos componentes considerados no custo mínimo por parte das instituições financeiras. A dica é avaliar sempre as alternativas de taxas e linhas disponíveis no mercado, e sempre que possível oferecer uma garantia a sua operação de crédito. Quanto melhor a garantia, menor a sua taxa", conclui.

A caderneta de poupança segue com a taxa de retorno fixa em 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). A tendência é que o rendimento da poupança continue perdendo para a inflação.

Fonte: GMC Online
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