Geral Corte de árvore

IAT autoriza que empresa corte 600 árvores, sendo 172 araucárias; ação causou revolta em moradores e ambientalistas

Terreno que fica em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, está sendo preparado para a construção de um conjunto habitacional com mais de mil casas populares.

Por RPC Curitiba

22/01/2022 às 12:21:18 - Atualizado há
IAT autoriza que empresa corte 600 árvores, sendo 172 araucárias - Foto: Reprodução/RPC

O Instituto Água e Terra (IAT) autorizou que uma empresa, que pertence a Construtora Pride, corte 600 árvores em um terreno em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Deste total, 172 são araucárias - árvore símbolo do Paraná.

A ação, que foi autorizada em agosto de 2020 pelo IAT, causou revolta em moradores e ambientalistas.

"Ah, é uma tristeza muito grande. É só estando aqui para ver, ouvir o barulho dessa araucária caindo é muito triste", disse dona Wilcélia, que mora na região desde que nasceu.


A araucária é uma árvore protegida por lei, e a Organização das Nações Unidas (ONU) já a incluiu como espécie ameaçada de extinção. Porém, mesmo com esses motivos, dezenas de araucárias estão sendo derrubadas, com autorização.

O terreno está sendo preparado para a construção de um conjunto habitacional com mais de mil casas populares.

Em julho de 2021, após denúncias, o próprio IAT suspendeu a autorização por tempo indeterminado, até que fosse feita uma análise da situação.

Em novembro, a construtora entrou com pedido na Justiça, alegando demora nessa análise. Dois dias depois, a Justiça concedeu uma liminar, uma decisão temporária, autorizando o retorno das atividades da empresa.

No dia 12 de janeiro deste ano, a empresa retomou o corte das árvores.

Nicholas Kaminski, biólogo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) criticou a decisão.

"Estamos atualmente vivendo uma crise hídrica regional, uma crise ambiental global por conta das mudanças climáticas e ainda assim nós vemos o órgão ambiental local concedendo licenças pouco criteriosas para corte de espécies ameaçadas, para supressão de áreas naturais e isso é impactante", afirmou.


Na tarde de sexta-feira (15), a Polícia Civil Ambiental e a agentes do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) estiveram no terreno.

O outro lado

O Instituto Água e Terra afirmou que fiscalizou as atividades da empresa no terreno e não encontrou nenhuma infração. Informou também que a área derrubada é de floresta plantada, por isso é permitida por lei. O instituto disse ainda que não descarta novas fiscalizações na área.

A Construtora Pride afirmou que segue rigorosamente as leis e que possui as devidas autorizações dos órgãos competentes.

O MP-PR informou que, na próxima semana, promotores devem se reunir com a construtora responsável pelo empreendimento e que até lá a empresa se comprometeu a não cortar mais nenhuma árvore.

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