Alvo de investigação por desvio na saúde, Márcio França fala em "operação política"

A Polícia Civil de São Paulo cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-governador de São Paulo e um dos pré-candidatos ao governo do estado nas eleições deste ano, Marcio França (PSB). As ações ocorrem no âmbito da operação Raio-X que investiga desvios de recursos na área da saúde. O político atribui a ação a perseguição política envolvendo “autoridades”, com “medo de perder as eleições”.

“Toda operação policial tem nome! Essa é uma operação política e não policial. Ela é, evidentemente, de cunho político eleitoral. Não tenho ou tive qualquer relação comercial ou advocatícia com as pessoas jurídicas e físicas que são alvo da investigação”, disse Marcio França por nota.

O político é um dos articuladores da possível chapa com Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin para a disputa da Presidência.

No alvo da polícia estão desvio de recursos de volume superior aos R$ 500 mil através de contratos de gestão superfaturados usando Organizações Sociais (OS) na área de saúde. Essas organizações gerem hospitais públicos do estado.

Dentre os crimes apurados estão peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A operação Raio-X foi desencadeada em setembro de 2020 e acompanham as ações da Polícia Civil a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público de São Paulo.

Irmão do ex-governador, o médico Cláudio França, também é investigado na operação Raio-X. Ao menos 30 locais na capital paulista e interior com endereços de familiares de França, ex-funcionários de organizações sociais, médicos e empresários também estiveram na lista.

Leia a íntegra da nota divulgada por Márcio França

Começaram as eleições 2022. 1ª Operação Política.

Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas “autoridades”, com “medo de perder as eleições”, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa. Toda operação policial tem nome! Essa é uma operação política e não policial. Ela é, evidentemente, de cunho político eleitoral. Não tenho ou tive qualquer relação comercial ou advocatícia com as pessoas jurídicas e físicas que são alvo da investigação.

É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político. Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de SP.

Se depender de mim, não vão conseguir. Eu não sou alvo de nenhuma operação, pois sou advogado particular, não tenho relações nem vínculo com serviços públicos. Não tenho relação com a área médica ou de saúde. Tenho 40 anos de vida pública, não respondo a nenhum processo criminal.

Só deixarei de ser governador de SP se o povo paulista não quiser. Não tenho medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas vezes difamado e injustiçado, nunca condenado. Aliás, já enfrentei adversários muito mais qualificados. Não vão ser os meus atuais concorrentes, notórios mentirosos, que me farão recuar.