Pesquisadores do Instituto de Recursos Montanhosos da Academia de Ciências Guizhou, na China, encontraram dois fósseis de ursos panda – um que passa de 100 mil anos, e outro com 49 mil anos – na caverna de Shuanghe, região sudoeste do país.
De acordo com um comunicado divulgado pela agência estatal Xinhua, os especialistas usaram técnicas de determinação de idade que analisam o esmalte dos dentes, determinando que o exemplar mais velho tem 102 mil anos – algo incrivelmente incomum segundo os estudiosos.
Leia também
A descoberta do tipo de fóssil veio pela identificação de ossos conhecidos como sesamóides, que são basicamente pequenos ossos que ajudam na movimentação de tendões. Pandas possuem tal osso no canto da pata, a fim de facilitar a “pegada” quando eles precisam agarrar algo, como bambus e plantas de caule extenso, comumente usadas por eles como alimento.
“Como pandas gigantes usam polegares para manipular o bambu enquanto comem, as patas dessas espécies são diferentes das de outros ursos, portando um "dedo" extra”, diz trecho do comunicado. “O "polegar", na verdade, é um osso anormalmente largo do pulso, e ele ajuda os pandas a agarrarem caules dos bambus”.
De acordo com Wang Deyuan, a descoberta de ossos sesamóides em pandas tão antigos nos ajuda a compreender o processo evolucionário dos animais: “isso mostra que os pandas gigantes, naquela época, já contavam com as condições fisiológicas de uso das patas da frente para agarrar bambus, assim como os animais modernos”, ele disse.
Os especialistas ainda ressaltam que a caverna de Shuanghe – a caverna mais longa da China e quinta maior do mundo – é um berço para fósseis de mamíferos antigos. Em várias ocasiões da história, o local serviu como habitat para pandas, rinocerontes, chacais, estegodontes (um tipo extinto de elefante pequeno) e diversos outros animais. Cerca de 30 pandas já foram descobertos na área.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!