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'Queremos respeito', diz Camila Marinho após ser agredida por segurança de Bolsonaro

Por Da Redação

13/12/2021 às 08:02:46 - Atualizado há

A jornalista Camila Marinho foi até o Instagram para desabafar sobre a agressão que sofreu enquanto cobria a vinda de Bolsonaro para o Sul da Bahia neste domingo (12). No texto publicado, ela diz que não será intimidada e exije respeito aos profissionais de imprensa.

"Nenhuma ameaça nos tira da nossa missão de informar. Só lamento a truculência, o ódio e a covardia dos que se acham melhores e acima de tudo e de todos. Somos trabalhadores exercendo o nosso papel: jornalistas em busca dos fatos e da verdade. Mas antes de tudo somos seres humanos. E o mínimo que queremos é respeito", disse.

Além de Camila, o cinegrafista Cleriston Santana, também da Rede Bahia, foi atacado. Equipes da TV Aratu, afiliada do SBT no estado, foram outros a serem vitimas da violência. 

De acordo com a TV Bahia. um dos seguranças deteve a repórter Camila Marinho pelo pescoço com o antebraço, em uma espécie de "mata-leão". Outro integrante da equipe do presidente tentou impedir que os jornalistas das duas emissoras erguessem os microfones em direção a Bolsonaro, que havia subido em uma caminhonete. Camila postou foto do microfone rasgado.


O segurança ameaçou agredir Camila e Cleriston e também Lopes e Dário Cerqueira, da TV Aratu, caso os microfones esbarrassem nele novamente. "Se bater de novo vou enfiar a mão na tua cara. Não bata em mim, não bata em mim", disse.

Um apoiador do presidente atacou os microfones das equipes e rasgou a espuma que cobria o da TV Bahia. A repórter Camila Marinho teve a pochete roubada na confusão. Um jornalista conseguiu recuperar os pertences minutos depois.

Apenas após a confusão, a assessoria de imprensa da Presidência chamou os repórteres dos dois veículos para dentro do local onde estava Bolsonaro.

O governador Rui Costa condenou os ataques às equipes de televisão. "A liberdade de imprensa é pilar fundamental da democracia e qualquer ataque ao jornalismo merece repúdio. O momento é de trabalho e solidariedade no Extremo Sul. Repudio violência contra a imprensa e oportunismo num momento de dor diante de uma tragédia. Vamos trabalhar."

Ataques à imprensa
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou as agressões e "demanda que as autoridades competentes orientem a equipe de segurança do presidente para que respeite o trabalho dos jornalistas, pois lamentavelmente esse tipo de agressão vem se repetindo. Além disso, exige que Jair Bolsonaro cesse os ataques verbais contra a imprensa, os quais incentivam sua militância a agredir repórteres e impedir seu trabalho, o qual é garantido pela Constituição Federal". 

O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) disseram, por meio de nota, que "se solidarizam com os quatro colegas agredidos e exigem que o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicione sobre estas atitudes do governo, que já são fruto de uma Ação do partido Rede Sustentabilidade na corte".

"As entidades também pedem uma postura mais firme das empresas de comunicação contra as agressões e na condenação das mesmas, inclusive exigindo reparação judicial. Sindicato e Federação também convocam a categoria a uma reação mais coletiva, lembrando que em 2022 teremos eleições e este comportamento violento pode ser recrudescido e trazer trágicas consequências", diz a nota. 

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