A Ford comunicou hoje que a Super Duty 2022, a irmã maior e mais robusta da F-150, e outros veículos para atividade de carga pesada não receberão conversões de seus trens de força para motor elétrico. Pelo menos, por ora.
A decisão vem no que parece ser a contramão de um processo intuitivo para a fabricante norte-americana, que já recebeu 200 mil pedidos de pré-venda da Lightning — a F-150 eletrificada (e mais cara que um Cybertruck). Muitos dos compradores da picape, fãs do modelo, afirmam que este será o seu primeiro veículo elétrico, algo que, a depender da experiência, pode fazê-los mudar de uma vez por todas para o utilitário a baterias.
Mas Kumar Galhotra, presidente da Ford nas Américas e nos mercados internacionais, confirmou a postura da empresa para analistas da indústria em uma reunião, segundo a Detroit Free Press.
“Neste momento, nós não temos nenhum plano de entrar nos veículos de carga pesada com baterias elétricas”, afirmou o representante da montadora.
Até o momento, a Ford não lançou nenhuma explicação dos motivos para o Super Duty, ou outros modelos de carga pesada da montadora, não receberem conversão para o motor elétrico. A manutenção da versão à combustão pode ir à contramão de planos de legislações locais, internacionais (e inclusive, da própria fabricante), já que todos se encaminham para planos de emissão zero nas próximas décadas.
No entanto, existe a especulação de que a decisão esteja ligada à perda de potência. Os trens de força atuais, como o do F-150 Lightning eletrificado, por exemplo, apresentam capacidade de reboque 30% menor do que a contraparte à combustível fóssil. Para se ter ideia, a picape elétrica chega com tração máxima de 4,53 toneladas — cerca de 1,8 toneladas a menos que o antecessor.
Em um utilitário leve, como o F-150, a diferença é significativa, porém tolerável, já que o automóvel vem com mais espaço para carga e uma proposta mais versátil. Entretanto, 30% de potência a menos para o Super Duty eletrificado é risco demais para a Ford, correspondendo a um veículo com tração de 7,7 toneladas, algo muito próximo de uma F-150 à combustão para apresentar diferencial de mercado.
Imagem: Divulgação/Ford
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