Geral salvador

Colégio de Salvador é acusado de omissão após alunos trocarem mensagens racistas

Por Da Redação

09/11/2021 às 17:46:46 - Atualizado há

A Escola SEB Sartre está sendo acusando de omissão por pais e estudantes da unidade Itaigara, em Salvador. O posicionamento está associado ao que teria sido a falta de ação “enérgica” da unidade escolar após o vazamento de conversas, trocadas por pelo menos sete estudantes do 1º ano em um aplicativo de troca de mensagens virtuais, evidenciar diálogos de cunho racista e de ódio à comunidade negra.  “Pretos morram”; “Pode macaco no gp?”; “Baniram piada de negros porém não sabem que os negros já são a piada” são alguns dos trechos. 

Procurara pela reportagem, a coordenação escolar optou por não se manifestar. Um estudante da unidade confirmou que a direção foi comunicada sobre o corrido, mas teria assumido postura pouco efetiva.

“A coordenadora passou na sala na segunda, mas não falou do assunto abertamente. Nem o professor conseguiu entender do que se tratava. Ela disse que a situação não precisava se transformar em opressão”, contou um estudante, sob condição de anonimato. Segundo ele, o termo opressão utilizado pela coordenadora foi uma forma de evitar constrangimentos aos autores das mensagens. Na madrugada de sexta (5), prints das conversas chegaram a ser publicadas em um perfil de fofocas no Instagram. 

“Bom mesmo (rs) é acordar num sábado e descobrir que seu irmão, um jovem negro (assim como outros diversos alunos), principal alvo de violência estatal, não tem paz nem em um ambiente que deveria ser seguro porque é obrigado a conviver com pessoas racistas que fazem esse tipo de comentário abertamente. Desde quando estudei no Sartre, há uns 5 anos, o racismo é presente”, desabafou a irmã de outro estudante em seu perfil em uma rede social.  No grupo, as mensagens não são direcionadas a uma pessoa específica.

Atitude criminosa
Um documento direcionado à coordenação da sede Itaigara, assinado pelo Corpo de alunos, destacou a Lei 7.716, de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça e cor no território brasileiro. 

“Não toleramos nenhuma forma de discriminação étnica, seja ela realizada no ambiente presencial ou virtual, em nossa vivência e queremos evidenciar que diversos alunos negros e pardos sentiram-se psicologicamente lesados pelos atos”, diz o documento. E segue: “Embora não se tratem de fragmentos que citem ou utilizem o nome da instituição, as mensagens foram disseminadas por alunos comprometidos com os padrões éticos e normas de convivência estabelecidos pelo instituto em questão; sendo assim, põe-se em risco a própria imagem e reputação da rede Sartre”.

O grupo defende a adoção de medidas “punitivas” por parte da escola, e não descarta a possibilidade de levar o ocorrido “às instâncias legais responsáveis pela jurisdição de crimes virtuais e danos à moral pública”.  

Pedido de desculpas 
Um dos estudantes relacionados como um dos autores das declarações racistas utilizou sua conta pessoal no Instagram para pedir desculpas. Em um texto intitulado “Não foi ‘brincadeira’”, o jovem afirma ter tido a “indecência de fazer comentários de extremo mau gosto e muito ofensivo. Me arrependi em seguida, mas já era tarde e não pude fazer nada para consertar”. 

Uma segunda participante do grupo manifestou-se por meio de mensagem privada ao perfil responsável por divulgar os trechos dos diálogos. A conta compartilhou publicamente a resposta dada pela jovem. Ela alega que as mensagens trocadas no grupo foram com a “intenção de brincar, tanto que as pessoas combinaram isso”.

Comunicar erro

Comentários Comunicar erro

Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo
Acompanhantes GoianiaDeusas Do Luxo