O Brasileirão adotou o formato de pontos corridos em 2003. E, desde então, nenhum time do Nordeste conseguiu terminar entre os quatro primeiros. Até aqui, quem chegou mais perto foi o Vitória, quando ficou na 5ª colocação em 2013, atrás apenas do Cruzeiro, o campeão, Grêmio, Athletico-PR e Botafogo.
O Fortaleza, porém, tem chances de fazer história na edição atual da Série A. Faltando 10 rodadas para o fim do torneio, o Leão do Pici vem mostrando uma campanha sólida e ocupa atualmente a 3ª posição.
Apesar do jejum nos pontos corridos, os times nordestinos já terminaram várias vezes no top 4 do campeonato - mas com outros formatos. As últimas quatro vezes, aliás, foram com o Bahia e o Vitória, incluindo um dos títulos do Esquadrão. Relembre:
O Campeonato Brasileiro de 1999 foi disputado em dois formatos. Na primeira fase, os 22 clubes participantes jogavam todos contra todos, em um turno único. Os oito primeiros colocados classificavam-se para a fase final, que, por sua vez, era em sistema mata-mata.
O Vitória terminou a primeira etapa na 6ª colocação. Foi o único do Nordeste a se classificar, avançando ao lado do Corinthians, Cruzeiro, Vasco, Ponte Preta, São Paulo, Atlético-MG e Guarani.
Nas quartas de final, o Leão teve como adversário o cruzmaltino. E fez um jogo histórico na ida: 5x4 no Barradão. Após o Vasco chegar a abrir dois gols de vantagem, Fernando, com três gols, Tuta e Artur balançaram as redes para o rubro-negro e garantiram o triunfo. Como as outras duas partidas terminaram com empates em 2x2 e 1x1, o Vitória avançou.
![]() |
Tuta comemora gol do Vitória sobre o Vasco nas quartas de final |
Na semi, porém, o time baiano caiu para o Atlético-MG, após duas derrotas por 3x0 e uma vitória por 2x1. No fim, o campeão daquele ano foi o Corinthians.
Em 1993, o Vitória fez sua melhor campanha no Campeonato Brasileiro, com um memorável 2º lugar. Naquela edição, o formato da competição teve algumas fases. A primeira era composta por quatro grupos de oito times. Os três primeiros colocados dos grupos A e B se classificavam para a segunda fase. Já os dois primeiros dos grupos C e D disputavam os playoffs.
O Leão foi o líder do grupo C e avançou para a etapa seguinte, disputada em mata-mata. Então, eliminou o Paraná pelo critério de gols fora de casa, já que empatou em 1x1 fora e depois 0x0 em Salvador.
Na segunda fase, as oito equipes foram divididas em dois grupos de quatro, e o primeiro de cada um ia para a final. O Vitória fez a melhor campanha do seu grupo, terminou com oito pontos e avançou para a decisão.
Na final, foram dois duelos, no sistema de ida e volta. O Palmeiras se deu melhor em ambos: ganhou em Salvador por 1x0 e voltou a vencer em São Paulo, por 2x0.
![]() |
Pichetti, do Vitória, levando carrinho de Mazinho, do Palmeiras, na final |
A edição de 1990 teve um formato um pouco mais complicado. A fase de classificação foi dividida em dois turnos, e cada um contava com 20 times separados em dois grupos. No primeiro momento, as equipes da chave A enfrentavam as da chave B. Depois, os jogos eram dentro dos próprios grupos.
Classificam-se para a fase final os vencedores de cada chave em cada etapa, além dos quatro melhores clubes de melhor campanha no geral, na soma dos pontos nas duas etapas. Foi graças a este segundo critério que o Bahia avançou, ficando em terceiro na colocação total.
![]() |
Artilheiro do Brasileirão de 1990, Charles é marcado por Cafu, do São Paulo e observado pelo volante Flávio |
Assim, era a hora da etapa mata-mata. Nas quartas, o Esquadrão eliminou o Bragantino, empatando em 1x1 em Bragança Paulista na ida e vencendo por 3x2 na Fonte Nova, na volta.
O Bahia, porém, ficou pelo caminho na semi. Diante do Corinthians (que se tornaria o campeão da edição), o tricolor perdeu por 2x1 em São Paulo e só ficou no 0x0 em Salvador.
O Bahia foi o último campeão nordestino do Brasileirão até aqui. Depois de faturar o título de 1959, o Esquadrão voltou a conquistar o troféu em 1988, se tornando bi. Naquela edição, os 24 clubes foram divididos em dois grupos. No primeiro turno, os times da chave A jogavam contra os times da B. Depois, as equipes enfrentavam os rivais dos seus respectivos grupos.
Avançavam para a fase seguinte os dois primeiros colocados de cada grupo em cada turno. Como o Vasco havia conseguido sua classificação no primeiro turno e foi o líder no segundo, o Bahia ficou com a vaga, já que teve melhor campanha na soma das duas fases.
Nas quartas de final, o time do técnico Evaristo de Macedo eliminou o Sport. Em seguida, era a hora de encarar o Fluminense. Os dois empataram em 0x0 no Maracanã, mas o Esquadrão ganhou a volta por 2x1 na Fonte Nova, com gols de Bobô e Gil, e conquistou a vaga na decisão.
Com isso, a final seria contra o Internacional, dono da segunda melhor campanha do torneio. No jogo de ida, em Salvador, o Bahia venceu de virada por 2x1. Leomir abriu o placar para o Colorado, mas Bobô fez dois e garantiu o resultado. Na volta, no Beira-Rio, um empate em 0x0 assinalou o bicampeonato tricolor, já em fevereiro de 1989.
![]() |
Evaristo na chegada a Salvador com o troféu de 1988 |