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PodParaná #48: Mansão no litoral do Paraná se tornou refúgio de ditador paraguaio

Por Da Redação

22/10/2021 às 06:08:02 - Atualizado há
Alfredo Stroessner passava férias em Guaratuba, onde é nome de praça; responsável por torturas e mortes de opositores, general recebeu asilo político no Brasil e se abrigou por meses no Paraná ao deixar o comando do Paraguai, em 1989. As relações do ditador paraguaio Alfredo Stroessner com o Brasil, mais especificamente com Guaratuba, no litoral do Paraná, são tema do 48º episódio do PodParaná, publicado nesta sexta-feira (21).

O general comandou o país vizinho entre 1954 e 1989. Os 35 anos no poder conferiram a ele, que morreu em 2006, em Brasília (DF), o posto de ditador mais longevo da América do Sul.

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PodParaná: toda sexta-feira um novo episódio

Arte/RPC

A Comissão da Verdade do Paraguai mostrou que o governo militar naquele país foi responsável por 459 mortes e desaparecimentos de opositores, além do registro de 18.722 pessoas torturadas e 19.862 presos durante o regime que ficou conhecido como Stronato.

A Casa Stroessner, que tem 14 cômodos, à beira-mar em Guaratuba, foi o refúgio do ditador por dois meses ao deixar o poder no Paraguai, em 1989. Antes disso, o local também serviu para ele passar férias durante os anos 1980. Próximo da mansão, uma praça ganhou o nome do general.

A Casa Stroessner, que tem 14 cômodos, à beira-mar em Guaratuba, foi o refúgio do ditador por dois meses ao deixar o poder no Paraguai, em 1989

Albari Rosa/Gazeta do Povo

Para o professor de história Paulo Renato da Silva, da Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila), que participa do episódio, é possível entender - com algum esforço - a homenagem e reverência ao ditador no contexto dos anos 1980.

"O que é difícil de aceitar é que essa valorização continue, que a cidade continue tendo uma praça tendo esse nome apesar das iniciativas para que isso seja alterado. Me parece ser uma boa oportunidade para ressignificarem aquela praça", afirma.

O ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner

Reprodução/Creative Commons

Mesmo com a ficha criminal de Stroessner, que inclui até denúncias de pedofilia, a imagem do ditador no litoral do Paraná não corresponde ao histórico dele.

"O aeroporto foi feito praticamente por causa dele. Acho até que na época a prefeitura deve ter dado o terreno e, se não me engano, ele bancou na época a construção da pista. Pra cidade foi bom, né? Alavancou alguma coisa na cidade, sem sombra de dúvidas", recorda-se o taxista Teodoro Bertoldi.

Praça Presidente Alfredo Stroessner, em Guaratuba

Albari Rosa/Gazeta do Povo

Além das relações com o litoral e mansão - onde houve até interrogatórios do Caso Evandro, nos anos 1990 -, outra residência do ditador, esta em Ciudad Del Este, na fronteira com o Brasil, ficou conhecida como a Casa do Terror. No local, ossadas humanas foram encontradas enterradas.

"Tem muito medo envolvido nessa residência, ossos que teriam sido de vítimas da ditadura. É uma história que mexe muito com o imaginário popular", conta o repórter da RPC Marcos Landim, que fez parte da única equipe de imprensa brasileira que esteve no local na retirada das ossadas.

Rogelio Goiburu, cujo pai desapareceu em 1978, fala ao telefone junto a ossada descoberta perto do Agrupamento Especializado de Polícia, em Assunção. Os ossos são da época da ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989) e podem pertencer ao pai de Goiburu.

Norberto Duarte/AFP

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Fonte: G1
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