Geral Alexander Lukashenko

KGB belarussa exibe vídeo com troca de tiros que teria matado agente e "terrorista"

Por Da Redação

30/09/2021 às 10:14:34 - Atualizado há

A KGB de Belarus (Comitê de Segurança do Estado, da sigla em russo) informou que um de seus agentes foi morto numa troca de tiros com um cidadão de Minsk, que também morreu no embate. A ação policial ocorreu na terça-feira (28), e a televisão estatal exibiu um vídeo que alega ter sido gravado durante os eventos, segundo a Radio Free Europe.

A agência de segurança não deu maiores informações sobre o indivíduo que trocou tiros com os agentes, referindo-se a ele apenas como “terrorista”. A expressão, porém, é frequentemente usada pelo repressivo regime de Alexander Lukashenko para se referir a manifestantes contrários ao regime.

O vídeo tem sido bastante contestado, sobretudo porque ele inclui imagens de dentro do quarto do “terrorista“. A alegação é de que as imagens foram registradas pelo próprio homem, em câmera própria, e editadas ao lado das imagens gravas pela polícia.

“Durante medidas especiais de verificação de endereços onde pessoas envolvidas em atividades terroristas poderiam estar localizadas, uma pessoa extremamente perigosa abriu fogo contra policiais de um dos apartamentos, resultando no ferimento fatal de um oficial do Comitê de Segurança do Estado (KGB)”, diz um comunicado das autoridades.

Imagem mostra indivíduo classificado como “terrorista” pelas forlças de segurança de Belarus Ele teria matado um agente da KGB (Foto: reprodução de vídeo)

Franak Viacorka, conselheiro da líder oposicionista belarussa Sviatlana Tsikhanouskaya, disse no Twitter que o homem morto pelos agentes da KGB, Andrey Zeltsar, trabalhava com TI (tecnologia de informação) e tinha, sim, um rifle. Ele não divulgou a origem de tais informações.

“Há tantas perguntas. Andrey Zeltsar, baleado pela KGB hoje, estava trabalhando em uma das maiores empresas de TI de Belarus, a @EPAMSYSTEMS. Ele também era um cidadão americano. De acordo com seus amigos, ele apoiava [o] movimento pela democracia em Belarus. Sua esposa foi detida”.

Por que isso importa?

Milhares de opositores ao regime de Lukashenko foram presos ou forçados ao exílio desde as controversas eleições presidenciais do ano passado, que credenciaram o governante a exercer seu sexto mandato. O pleito tem fortes indícios de fraude, o que gerou manifestações em massa da população local e aumentou consideravelmente a desconfiança em torno do governo.

O presidente, chamado de “último ditador da Europa”, está no poder desde 1994 e parece não se incomodar com a imagem de autoritário. Pelo contrário. A porta-voz de Lukashenko, Natalya Eismont, chegou a afirmar em 2019, na televisão estatal, que a “ditadura é a marca” do governo de Belarus.

De lá para cá, as autoridades do país têm sufocado ONGs e a mídia independente, como parte de uma repressão brutal contra cidadãos que contestam os resultados oficiais do pleito. Oposicionistas são frequentemente classificados como “extremistas” ou “terroristas”, o que dá espaço à violência das agências de segurança e aos abusos judiciais cometidos para manter os críticos encarcerados ou exilados.

Fonte: A Referência
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