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"Sementes misteriosas" da China em Maringá: o que se sabe 1 ano depois

Por Da Redação

25/09/2021 às 11:32:59 - Atualizado há
'Sementes misteriosas' da China em Maringá: o que se sabe 1 ano depois
Foto: Adapar

Em setembro do ano passado, os primeiros pacotes das “sementes misteriosas” da China começaram a chegar nas casas dos paranaenses via Correios, como “brindes” de produtos comprados pela internet ou até sem a solicitação de qualquer encomenda. Em um ano, 90 pacotes das sementes de origem estrangeira foram coletados pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), dois deles em Maringá.

Assim que tomou conhecimento da situação, a Adapar orientou que os pacotes não fossem abertos, descartados e, muito menos, utilizados. O material passou a ser encaminhado ao Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, laboratório da Adapar, onde foram feitas diversas análises para identificar a eventual ocorrência de pragas.

Mas antes de o assunto ganhar repercussão na mídia, uma moradora de Maringá chegou a plantar as “sementes misteriosas” da China no quintal de sua casa e o vegetal cresceu. O pacote com as sementes chegou em sua casa via Correios no fim de 2019, no nome de seu marido. A Adapar foi acionada em setembro do ano passado e, após as análises, a planta foi coletada na residência e destruída no laboratório em uma espécie de “panela de pressão” a 150 graus de temperatura.

Sementes que vieram pelos Correios germinaram e planta cresceu em quintal em Maringá. Foto: Arquivo

As sementes foram enviadas para diversos municípios brasileiros. Em outubro do ano passado, a equipe do Ministério da Agricultura revelou ter identificado a presença de ácaros, fungos, bactérias e possíveis pragas em algumas das amostras coletadas no País. Foi constatado que as sementes representam risco pois podem trazer pragas, doenças e até mesmo plantas daninhas que não existem no Brasil, capazes de causar prejuízos à agricultura e ao meio ambiente.

Em um ano, a Adapar recebeu pacotes das “sementes misteriosas” da China de diversos municípios paranaenses: Curitiba (17), Campo Mourão (4), Paranavaí (4), Medianeira (4), Cascavel (3), União da Vitória (3), São José dos Pinhais (3), Ponta Grossa (3), Maringá (2), Londrina (2), Foz do Iguaçu (2), Almirante Tamandaré (2), Cornélio Procópio (2), Pato Branco (2) e outros.

E após um ano, as sementes continuam chegando ao Estado, mas em menor quantidade. O caso mais recente ocorreu em Ibaiti, município localizado no norte pioneiro, na semana passada. Ao receber o pacote via Correios, o morador enviou para análise da Adapar. O material chegou na sede do órgão, em Curitiba, no dia 15 deste mês. De acordo com o gerente de Sanidade Vegetal do órgão, Renato Blood, as sementes recebidas estavam contaminadas com algum fitopatógeno – microrganismos causadores de doenças em vegetais.

Antes da situação registrada em Ibaiti, a Adapar não recebia pacotes de sementes há quase três meses. O último havia chegado na sede do órgão no dia 23 de junho deste ano, enviado por um morador de Pato Branco. Outro chegou na mesma semana, em 21 de junho, vindo de Cascavel. O motivo da redução de casos como esses se deve ao fato de que o Ministério da Agricultura intensificou a fiscalização em agências dos Correios, evitando que as sementes cheguem nas mãos da população, segundo Renato Blood.

Atualmente, a Adapar não realiza mais análises das sementes que recebe. Como já foi identificado risco de entrada de pragas, o material é automaticamente destruído no laboratório do órgão.

Quem receber esse tipo de encomenda deve procurar uma unidade da Adapar mais próxima, ou do Ministério da Agricultura. Também pode entrar em contato com a Adapar pelo telefone (41) 3313-4000 ou pelo Fale Conosco, disponível em www.adapar.pr.gov.br. Endereços e telefones das unidades podem ser consultados aqui.

O Brasil tem restrições e até proibições quanto à importação de sementes pelos correios, para garantir a segurança fitossanitária e evitar contaminações.

Indícios de fraude

Em outubro do ano passado, a Embaixada da China em Brasília alertou sobre indícios de fraude verificados nos pacotes com semente de plantas, cuja origem é suspeita, enviados ao Brasil pelos Correios. “Uma verificação preliminar constatou que as etiquetas de endereçamento apresentam indícios de fraude, com erros no código de rastreamento e em outros dados”, afirmou a representação diplomática da China, em nota oficial.

A suspeita é que o envio de sementes tenha ligação com uma ação fraudulenta conhecida como “brushing”. Trata-se, essencialmente, do envio de mercadorias não solicitadas com o objetivo de registrar compras falsas. Desse modo, o responsável pela fraude cria uma conta falsa e fica sabendo quando a encomenda (no caso a semente) chegou ao seu destino. Em seguida, ele faz uma avaliação positiva para a própria loja.

Essa é uma maneira de o vendedor ter melhores avaliações nos sites de compras online, fazendo com que seja melhor visto aos olhos dos consumidores e com que seus produtos fiquem em destaque nos resultados do Google e outros sites de busca. Mas, para que serve a semente? Neste caso, ele somente tem a finalidade de não deixar o pacote vazio.

Fonte: GMC Online
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