A Medida Provisória (MP) 1.051/2021, que cria o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e), estĂĄ na pauta do PlenĂĄrio do Senado desta terça-feira (31). De emissão exclusivamente digital, a MP determina a obrigatoriedade desse documento para que sejam autorizados os serviços de transporte de cargas no paĂs. A medida provisória tem validade até o dia 28 de setembro.
A intenção da MP é reunir em um Ășnico documento dados sobre obrigações administrativas, licenças, registros, condições contratuais, sanitĂĄrias, de segurança, ambientais, comerciais e de pagamento, inclusive sobre valor do frete e dos seguros contratados. O DT-e deve conter, por exemplo, informações da carga, da origem e do destino e da forma de pagamento do frete. Também deve indicar expressamente o valor do frete pago ao contratado e ao subcontratado, além do piso mĂnimo de frete aplicĂĄvel.
A unificação de documentos e demais obrigações no DT-e deverĂĄ dispensar o transportador ou o condutor do veĂculo de portar versão fĂsica deles durante o transporte.
De acordo com a matéria, a implantação do documento deve seguir cronograma proposto pelo governo federal, que poderĂĄ firmar convĂȘnios com os governos municipais, estaduais e distrital para incorporar outras informações de competĂȘncia desses governos, como tributos e demais obrigações relacionadas ao transporte de cargas.
Também estĂĄ na pauta da sessão de terça-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 13/2021. De iniciativa do senador Marcos Rogério (DEM-RO) e relatada pela senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), a PEC desobriga a União, os estados, o Distrito Federal e os municĂpios da aplicação de percentuais mĂnimos na manutenção e no desenvolvimento do ensino, no exercĂcio de 2020, em razão do desequilĂbrio fiscal ocasionado pela pandemia de covid-19.
A previsão era que essa PEC fosse votada no Ășltimo dia 17, mas ela foi retirada de pauta após o pedido de uma sessão de debates feito pelo senador FlĂĄvio Arns (Podemos-PR), que tem criticado a proposta. Esse debate foi realizado na Ășltima terça-feira (24), com seus participantes divergindo sobre o teor da matéria.
Para Arns, a PEC pode abrir um perigoso precedente e incentivar o descumprimento dos investimentos mĂnimos em educação. Segundo ele, um estudo da Consultoria do Senado apontou que apenas 280 municĂpios brasileiros e um estado não conseguiram cumprir a destinação mĂnima de 25% para manutenção e desenvolvimento do ensino, conforme determina a Constituição.
— Isso representa apenas 5% dos municĂpios, ou seja, quase a totalidade aplicou os percentuais mĂnimos. Não podemos retirar recursos da educação; temos de acrescentar sempre que possĂvel — declarou Arns.
Outro item da pauta de terça-feira é o projeto que trata do apoio financeiro da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municĂpios para garantir ações emergenciais voltadas ao setor cultural (PLP 73/2021). O projeto é conhecido como Lei Ator Paulo Gustavo, em homenagem ao ator que morreu no Ășltimo mĂȘs de maio, vĂtima de covid-19. De iniciativa do senador Paulo Rocha (PT-PA) e relatada pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO), a matéria prevĂȘ a liberação de R$ 3,8 bilhões para amenizar os efeitos negativos econômicos e sociais da pandemia no setor cultural.
Além dessas matérias, os senadores podem votar na terça o PLP 103/2021, projeto que trata da incidĂȘncia do imposto sobre serviço (ISS) sobre o monitoramento e o rastreamento de veĂculos; e o PL 2.110/2021, projeto que prevĂȘ alterações na Lei do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para tratar do chamado "valor tributĂĄvel mĂnimo".