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Mulheres dominam intenção de votos para presidência do México; conheça as candidatas

Os mexicanos vão às urnas neste domingo (2) eleger os próximo presidente do país e poder reformular a política local.

Por Da Redação

02/06/2024 às 07:30:28 - Atualizado há

Os mexicanos vão às urnas neste domingo (2) eleger os próximo presidente do país e poder reformular a política local. São mais de 20 mil cargos em disputa, incluindo as cadeiras no Congresso e nove de 32 governadores. Pela primeira vez na história, o México, assolado pela violência de gênero, pode ter uma mulher como mandatária. Claudia Sheinbaum e Xóchitl Gálvez aparecem à frente nas pesquisas eleitorais. Segundo uma delas, publicada na terça-feira (28) pelo jornal “El Universal”, Sheinbaum lidera com 54% e é seguida por Gálvez, com 34%. Em terceiro lugar aparece o centrista Jorge Álvarez Máynez, com 12% das intenções de voto. “Vamos vencer em 2 de junho e vamos continuar com a transformação do nosso país”, afirmou Sheinbaum na terça-feira, durante um comício no estado de Guanajuato (centro), um dos mais afetados pela violência do crime organizado. A candidata fez referência à “Quarta Transformação”, o projeto do atual presidente Andrés Manuel López Obrador, que tem índice de aprovação de 66% e participou ativamente na campanha de Sheinbaum.

Dos 129 milhões de mexicanos, quase 100 milhões estão registrados para votar na eleição de turno único, vencida por maioria simples. Pouco mais de 20 mil cargos, incluindo as cadeiras no Congresso e nove de 32 governadores, estão em disputa. Mais de 27 mil militares e agentes da Guarda Nacional serão mobilizados para garantir a segurança das eleições, anunciou o governo. A medida é porque a campanha eleitoral foi marcada pelo assassinato de candidatos a cargos locais e trocas de farpas entre a esquerdista Sheinbaum e sua rival de centro-direita Xóchitl Gálvez, segunda colocada nas pesquisas. Segundo o governo, desde o início do processo eleitoral, em setembro de 2023, foram assassinados 22 candidatos. A organização Data Cívica, no entanto, contabiliza 30 vítimas fatais. O balanço aumentou na terça-feira, com o assassinato de um candidato a prefeito no estado de Morelos (centro). Em Jalisco, outro candidato foi ferido a tiros.

Conheça as candidatas:

Claudia Sheinbaum

Claudia Sheinbaum, de 61 anos, é cientista de ascendência judia e chamada por sua adversária de “dama de gelo” e “narcocandidata”. “Claudia é uma mulher, mãe, hoje avó, cientista”, definiu-se a esquerdista em um recente documentário biográfico, no qual listou seus títulos acadêmicos e cargos. “Governar é tomar decisões. Tem que tomar a decisão e assumir as pressões que podem ocorrer”, argumenta Sheinbaum no documentário. A candidata fez doutorado em engenharia ambiental na Unam (Universidad Nacional Autónoma de México), para o qual pesquisou durante quatro anos nos Estados Unidos, e fez parte do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC) que ganhou um Prêmio Nobel da Paz em 2007. Desde jovem, seu magnetismo estava enraizado em suas convicções de esquerda que a tornaram militante do Conselho Estudantil Universitário (CEU), segundo um colega de mestrado.

Claudia Sheinbaum

Claudia Sheinbaum durante um ato político este mês em Guadalajara, México"EFE/ Francisco Guasco

Esse coletivo freou uma tentativa de privatização da universidade pública e foi terreno fértil para nomes do atual governo de Andrés Manuel López Obrador, seu padrinho político. Essa convicção tem veia familiar. Sua mãe, Annie Pardo, renomada bióloga, foi expulsa como professora universitária por denunciar o massacre de estudantes de 1968 na praça Tlatelolco. Tanto na sua militância estudantil nos anos 1980, como em seu primeiro cargo público como secretária do Meio Ambiente da Cidade do México (2000-2006), mostrava seriedade e foco. Como prefeita de um distrito da Cidade do México, enfrentou o desmoronamento de um colégio durante o terremoto de 2017 que matou 26 pessoas, incluindo 19 crianças. Também gerenciou com destreza um dos momentos mais difíceis como prefeita da capital (2018-2023): a pandemia e a queda de uma linha do metrô. O uso de métodos científicos e ferramentas tecnológicas refletiu a marca de Sheibaum na gestão da Covid, que, no entanto, deixou uma elevada mortalidade.

Xóchitl Gálvez

Xóchitl Gálvez

Candidato da oposição Xóchitl Gálvez durante evento político em Mérida, no México "EFE/Lorenzo Hernández

Xóchitl Gálvez, de 61 anos, é uma política de centro-direita de origem indígena — seu pai era otomi, e sua mãe, mestiça — e tem uma história de superação. Vendia geleias para aliviar a pobreza, se tornou empresária de sucesso e agora é o trunfo da oposição para governar o México. Nascida há 61 anos em Tepatepec, comunidade rural do estado de Hidalgo, sua infância esteve marcada pela violência doméstica, com pai alcoólatra. A “guereja”, como a chamava por sua pele clara, era pouco brincalhona e muito estudiosa. Ganhou os holofotes na política pelas críticas a sua adversária, contudo, analistas consideram que, após uma longa e cansativa campanha, perdeu o frescor próprio dos “outsiders” e cometeu erros públicos. Aplaudiu o triunfo do polêmico Javier Milei na Argentina, para depois esclarecer que não pertence à “extrema direita”. Em uma tentativa de responder às ameaças do candidato republicano Donald Trump de expulsar migrantes, insinuou que os mexicanos só lavam banheiros nos Estados Unidos.

Gálvez estudou engenheira da computação na estatal Unam (Universidad Nacional Autónoma de México) e formou uma bem-sucedida empresa que equipava edifícios inteligentes com grandes contratos governamentais, o que desatou acusações de corrupção. Sem militância partidária, em 2000 foi chamada pelo presidente conservador Vicente Fox para coordenar a atenção aos povos indígenas. Chegou ao Senado em 2018 e se posicionava como candidata à prefeitura da capital. Decidiu buscar algo “maior” há um ano, quando exigiu direito de resposta aos ataques do presidente Andrés Manuel López Obrador. Gálvez é apoiada por uma coalizão dos partidos tradicionais PAN, PRI (que governou durante sete décadas até 2000) e PRD.

*Com informações da AFP e EFE

Fonte: Jovem Pan
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