Apesar da região ser afastada e desabitada, a equipe encontrou uma grande quantidade de lixo, em sua maioria de origem internacional.
Na última quinta-feira (16), moradores da Ilha do Mel se mobilizaram em um mutirão de limpeza na região da Estação Ecológica, localizada próxima à Ponta Oeste da ilha. O movimento contou com a participação de 38 voluntários, que retiraram cerca de 4,5 toneladas de lixo, compostas principalmente por garrafas PET, plásticos, vidros, isopor e outros objetos.
O organizador do mutirão, Roberto Gonçalves, explicou ao JB Litoral que a iniciativa surgiu por meio de um grupo no WhatsApp utilizado pelos moradores da ilha. "Este foi o primeiro de uma série de mutirões que serão realizados a cada dois meses", revelou.
A Ilha do Mel possui 95% de sua área preservada, sendo considerada Patrimônio Artístico e Histórico do Paraná, Estação Ecológica, Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade. Apenas 5% de seu território é utilizado para ocupação.
Com seu conjunto de mar, morros, manguezais, brejos litorâneos e restingas da Mata Atlântica, a ilha se destaca como um destino especial para o ecoturismo. Para garantir a preservação e a estrutura do lugar, o acesso de visitantes é controlado.
Felipe Andrews, um dos voluntários e nativo da Ilha do Mel, destacou a importância da limpeza para a preservação da natureza. "Para nós, nativos, é extremamente gratificante poder contribuir para a proteção da nossa ilha. Desde a infância, fomos educados com a importância de preservar nosso patrimônio natural", afirmou.
Apesar da região ser afastada e desabitada, a equipe encontrou uma grande quantidade de lixo, em sua maioria de origem internacional. "É preocupante ver tantos resíduos de outros países, provavelmente provenientes dos navios que atracam na área de fundeio", lamentou Felipe.
Marinelli Campos Serafim, outra voluntária e nativa da ilha, reforçou que o mutirão foi organizado pela própria comunidade. "Essa iniciativa surgiu do desejo da comunidade que há muito tempo observa o acúmulo de lixo nas praias, principalmente trazido pela maré, na região da Ponta Oeste até a comunidade de Brasília", explicou.
A comunidade se uniu em prol da causa, com cada voluntário contribuindo da forma que podia: alguns providenciaram marmitas para a equipe, outros realizaram a coleta do lixo, e outros cederam lanchas para transportar os sacos coletados até o centro de triagem. "Foi um movimento muito importante e positivo, que pretendemos manter como uma ação contínua da comunidade. É um trabalho árduo, mas necessário e essencial", destacou Marinelli.
Para manter o projeto ativo, os moradores buscam apoio de empresas portuárias, que geralmente realizam projetos de impacto ambiental próximo ao porto. "Esperamos que elas também se engajem na preservação da Ilha do Mel", disse Roberto Gonçalves. "Foi um começo importante e um belo gesto de união ver nossa comunidade reunida em prol do meio ambiente", concluiu.