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Boulos se reúne com corinthianos progressistas em SP e se diz otimista em disputa contra Nunes: 'Vejo sentimento de mudança'

Na manhã deste domingo (28), corinthianos e corinthianas se reuniram na Casa Popular do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em São Paulo (SP), para um encontro com o pré-candidato à prefeitura capital paulista e deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Por Da Redação

28/04/2024 às 20:27:03 - Atualizado há
Foto: Brasil de Fato

Na manhã deste domingo (28), corinthianos e corinthianas se reuniram na Casa Popular do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em São Paulo (SP), para um encontro com o pré-candidato à prefeitura capital paulista e deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL-SP).

O encontro foi uma iniciativa de grupos progressistas ligados ao clube paulista, entre eles o Revolução Corinthiana e o Coletivo Democracia Corinthiana, para aproximar as pautas apresentadas pelo psolista para a cidade de São Paulo, às demandas de apaixonados por futebol.

Participaram da atividade, além do próprio Boulos, a deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP), representantes dos coletivos corinthianos, Marcelo Buzetto, do setor de Relações Internacionais do MST, e o jornalista Vitor Guedes.

Além de comungarem o amor pelo clube de coração, os participantes do evento destacaram o caráter popular do futebol. E no caso do Corinthians, a tradição progressista que está nas raízes e na formação das suas principais torcidas organizadas e do próprio clube, fundado por operários, em 1910, nas ruas do Bom Retiro, no centro de São Paulo.

"Essa minha relação vem de muito tempo. Não é uma relação de política, de eleição. Eu frequento estádios desde os seis anos de idade, na arquibancada, com meu pai primeiro, depois sozinho, depois com os Gaviões", explica Boulos.

O psolista, neste momento, lidera por uma pequena margem as intenções de voto na capital paulista. Segundo levantamento divulgado pelo instituto AtlasIntel no último dia 24 de abril, Boulos tem 35,6% das intenções de voto.

Já o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), aparece em segundo lugar, com 33,7%. Se levada em consideração a margem de erro da pesquisa, os dois pré-candidatos aparecem em empate técnico.

Nas demais posições aparecem ainda a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), em terceiro lugar com 14,7%, seguida pelo também deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), com 9,4%.

A disputa na capital paulista sempre teve fortes características nacionais, principalmente pela relevância financeira da cidade, que responde por mais de 9% do Produto Interno Bruto do Brasil (PIB).

Boulos tem marcado sua pré-campanha nas críticas à gestão do atual prefeito Ricardo Nunes, que após subir ao palanque de Bolsonaro, na manifestação organizada pelo ex-presidente neste ano, em São Paulo, melhorou seus números de intenção de voto.

O pré-candidato do PSOL apontou que Nunes não tem realizado a zeladoria da cidade e, com a epidemia de dengue que tem acometido o município, "mostrou a esculhambação que está a cidade de São Paulo".

O jornal Folha de S.Paulo, denunciou, em 2023, que um contrato firmado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da gestão de Nunes, gastou R$ 19 milhões para comprar 20 mil unidades de uma armadilha contra o mosquito Aedes aegypti. Cada unidade foi comprada por R$ 400 pela prefeitura. No entanto, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produz o mesmo equipamento com o custo de R$ 10, cada.

À época, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo afirmou desconhecer o produto brasileiro e informou ainda que não houve apresentação da Fiocruz.

"Dava para ter comprado, com o mesmo dinheiro, 40 vezes mais armadilhas e ter protegido mais a população. Denunciamos, está no Ministério Público e estão investigando", aponta Boulos.

O candidato tem caminhado pela cidade e se diz confiante em uma vitória contra o atual prefeito por ver "na sociedade, um sentimento de mudança".

"Eu vejo esse sentimento especialmente nas periferias da cidade, e nós temos que trabalhar muito forte para chegar em outubro deste ano e poder comemorar", completa o deputado.

A busca por votos, que tende a se acirrar cada vez mais com a proximidade do período eleitoral, não pode descartar o esporte que é uma paixão nacional e, principalmente, as arquibancadas de futebol.

"A arquibancada tem uma coisa muito forte, é um espaço democrático, é um espaço de convivência. A arquibancada tem negro, tem branco, tem pobre, tem rico. Todo mundo se junta, que é o que está se perdendo, inclusive nas nossas cidades, na convivência urbana", comenta Boulos.

"O futebol é um espaço muito importante de sociabilidade para a gente poder construir uma vida melhor e uma vida feliz em coletivo", destaca Marcelo Buzetto, do MST.

O coordenador do movimento aponta que estes espaços de convivência e de troca entre as pessoas têm sido substituídos por relações mercantilizadas, pautadas pelo aprisionamento dos algoritmos das redes sociais.

"[É importante] pra gente fortalecer os laços de amizade, de confiança, de humanidade que a sociedade capitalista tá fazendo a gente perder. Tá empurrando todo mundo para as redes sociais, tá empurrando todo mundo pro celular, as pessoas não trocam ideia, entram no trem, entram no ônibus, todo mundo com a cabeça baixa", comenta Buzetto.

Líderes da principal torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel, também estavam presentes no evento. A torcida, que foi fundada em 1969, no auge da ditadura militar, com o intuito de torcer para o clube, mas principalmente de conscientizar os corinthianos das mazelas políticas e sociais do país, carrega uma série de contradições. Mas, sempre foi um importante polo de luta política no Brasil.

Boulos lembrou que foram as torcidas organizadas do Corinthians que mobilizaram as de vários outros times do país contra o governo de Jair Bolsonaro (PL), principalmente no auge da pandemia de covid-19, quando as campanhas de vacinação eram desmotivadas pelo presidente da República.

"O Corinthians tem essa tradição. Vamos lembrar da Democracia Corinthiana, lá na ditadura. Vamos lembrar do papel da torcida para tirar os fascistas das ruas no momento mais duro da pandemia. Porque essa turma estava construindo um clima difícil no Brasil. Depois também para enfrentar o Bolsonaro em 2022. E agora para enfrentar o bolsonarismo em 2024", completa.

A deputada estadual Ediane Maria também destaca que "falar de futebol, é falar da periferia, é falar do povo preto, da juventude, das mulheres negras".

"É incrível tirar ideias maravilhosas [deste encontro]. Porque a política está em todos os lugares, está no estádio, está na periferia, está no nosso trabalho, está quando você dialoga e debate questões que são fundamentais, como o direito à cidade".

Os participantes, entre eles o deputado Guilherme Boulos, estenderam o evento em uma viagem de metrô até o estádio corinthiano, em Itaquera, na zona leste da cidade, para assistir a partida entre Corinthians e Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro.

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