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Adolescente atropelado por caminhão, em Paranaguá, corre risco de ficar paraplégico; família denuncia negligência no Hospital Regional

Na última quinta-feira (4), um grave acidente de trânsito chocou a comunidade da Vila Santa Helena, em Paranaguá.

Por Da Redação

09/04/2024 às 16:49:42 - Atualizado há

Na última quinta-feira (4), um grave acidente de trânsito chocou a comunidade da Vila Santa Helena, em Paranaguá. Moacir Monegaglia Neto, de apenas 13 anos, foi atropelado por um caminhão enquanto retornava da escola de bicicleta. O impacto foi tão forte que o menino foi levado em estado grave para o Hospital Regional do Litoral, com uma fratura na coluna cervical.

Moacir Monegaglia Neto, de apenas 13 anos, foi atropelado por um caminhão enquanto retornava da escola de bicicleta. Foto: Arquivo pessoal

Em entrevista exclusiva ao JB Litoral, a tia de Moacir, Vera Telles, desabafou sobre a experiência angustiante que o adolescente e a família enfrentaram após o acidente. Segundo ela, todos os relatos foram repassados pelo pai, Milko Sérgio Monegaglia, e pela tia Isabelle Muce Jacinto, que afirmaram que o atendimento no Hospital Regional do Litoral foi extremamente deficitário e, por isso, ele corre risco de ficar paraplégico.

Quando aconteceu o acidente, ele já gritava que não conseguia se locomover. Depois, no Hospital Regional, quando perceberam que o Moacir tinha um problema na coluna e que era grave, deveriam tê-lo transferido imediatamente para Curitiba, mas não foi o que aconteceu, essa transferência só ocorreu após nossa manifestação nas redes sociais", diz Vera.

Segundo ela, o menino passou a noite de quinta-feira no pronto-atendimento do hospital, gritando de dor e, depois, foi para o quarto, onde ficou até o último domingo (7). "O pai e a cunhada contaram que em todos os dias ele ficou gritando, sem comer, sem receber soro e, inclusive, sem tomar banho. Ele deveria ter sido encaminhado com urgência para Curitiba, já que o Hospital Regional do Litoral não podia fazer nada por ele", ressalta.

Vera afirma que a família pediu para que o hospital realizasse o encaminhamento, mas nada foi feito. "Na sexta-feira (6), até conseguimos um médico em Pinhais que o atenderia, mas o Hospital Regional não o transferiu. Precisamos recorrer às redes sociais, pedindo ajuda à população para que ele fosse encaminhado para o Hospital Angelina Caron. Essa transferência aconteceu no domingo à tarde, apenas depois da nossa movimentação nas redes sociais, e ele foi muito bem recebido, indo direto para a UTI, realizando todos os exames", informa.

Ela fala sobre a deterioração da condição de Moacir durante sua estadia no Hospital Regional do Litoral, afirmando que, quando chegou, o adolescente ainda tinha algum movimento em seus membros, mas quando foi transferido, ele já estava completamente imóvel.

Possibilidade de paraplegia

No Hospital Angelina Caron, o menino fez os exames necessários e a família recebeu os resultados nesta terça-feira (9). Segundo Vera, os médicos informaram que Moacir teve uma fratura na vértebra cervical C2, podendo ficar paraplégico.

"Ele fará uma cirurgia na semana que vem, mas corre um risco grande de ficar paraplégico. A equipe médica do Hospital Regional do Litoral deveria ter transferido o Moacir no mesmo dia. Se, por falta de atendimento, ele ficar com sequelas, alguém terá que se responsabilizar", destaca.

Para a tia, o menino foi desassistido no Hospital Regional do Litoral, sofrendo descaso por parte da equipe médica. Ela também conta que o caminhoneiro que se envolveu no atropelamento não prestou nenhuma assistência.

A família alega que houve negligência por parte dos médicos da unidade hospitalar em Paranaguá, ressaltando que Moacir deveria ter sido transferido imediatamente para um centro médico mais especializado em Curitiba.

Moacir
Segundo Vera, tia do menino, os médicos informaram que Moacir teve uma fratura na vértebra cervical C2, podendo ficar paraplégico. Foto: Arquivo pessoal

O que diz o Hospital Regional

O JB Litoral buscou esclarecimentos junto ao Hospital Regional do Litoral, que emitiu uma nota em resposta às acusações. Segundo o hospital, Moacir foi atendido imediatamente após dar entrada, e foram solicitadas avaliações especializadas para tratar suas lesões. Durante sua internação, ele teria recebido acompanhamento médico contínuo, incluindo prescrição de medicamentos para alívio da dor e medidas preventivas para evitar sequelas.

O hospital também afirmou que, após a realização de exames e avaliações, Moacir foi transferido para o Hospital Angelina Caron através da Central de Leitos, buscando garantir um tratamento mais especializado para o caso.

Confira a nota na íntegra:

"Segundo registros do prontuário, Moacir Monegaglia Neto deu entrada no Hospital Regional do Litoral (HRL) no dia 4 de abril, por volta das 22h, onde foi atendido pelo médico emergencista, que solicitou avaliação da cirurgia geral e neurocirurgia para tratamento de politrauma. Devido a uma fratura na coluna, identificada pela equipe de neurocirurgia, o paciente foi alocado para a central de leitos, sobretudo pela possibilidade de cirurgia de alta complexidade. Durante toda a internação, foi prescrito analgésico e anti-inflamatório, além de outros insumos comumente utilizados nesses casos. No dia 5, passou novamente por exames, onde ficou em jejum até a finalização deste processo. Após os exames, teve dieta leve liberada pela equipe de nutrição. É importante destacar que durante a internação o paciente foi monitorado pelas equipes médicas, sem qualquer tipo de desassistência. Ainda, foram tomadas medidas para prevenir sequelas, incluindo mobilização em bloco. No dia 7 de abril, foi transferido para o Angelina Caron, por meio da Central de Leitos", diz a nota enviada ao JB Litoral.

Fonte: JB Litoral
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