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Tradicional boteco na favela de Manguinhos (RJ) pede doações após perda total em incêndio

O tradicional Boteco da Tia Lauzinha na favela de Manguinhos, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, sofreu um incêndio na madrugada do último dia 16 de fevereiro.

Por Da Redação

29/02/2024 às 21:48:46 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

O tradicional Boteco da Tia Lauzinha na favela de Manguinhos, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, sofreu um incêndio na madrugada do último dia 16 de fevereiro. O local conhecido por toda comunidade como ponto de encontro com boa comida e cerveja gelada agora precisa da solidariedade dos amigos e clientes para se reerguer.

Uma campanha de arrecadação online busca dar conta do prejuízo. O valor será utilizado para compra de equipamentos destruídos pelo fogo e reparo de danos causados na infraestrutura do local. É possível contribuir com qualquer valor neste link. A meta da campanha é arrecadar R$ 50 mil para cobrir os custos da reforma.

O filho de Lauzinha, Ricardo Araújo, que antes ajudava no bar aos finais de semana, agora comanda o negócio construído pela mãe Sebastiana Araújo, eterna Tia Lauzinha, falecida há dois anos.

"Infelizmente esse boteco que a partir da minha mãe virou nosso sustento, meu e da minha família, teve um curto-circuito e deu perda total. Perdi quatro freezers, ar-condicionado, parte elétrica. Estou usando recursos próprios, mas acabou. Já estou parado há duas semanas", conta.

História e raíz

Inaugurado há 40 anos na Rua Santana do Livramento, o boteco chefiado pela saudosa Tia Lauzinha foi homenageado em literatura de cordel pela Fiocruz, que retratou atores culturais e sociais marcantes da história de Manguinhos. "Tira-gosto e almoço / A comida é bem servida / Um bom papo, uma risada / Coisas boas dessa vida / No boteco chefiado / Por pessoa tão querida", descreve o cordel.

Além disso, Lauzinha recebeu moção de reconhecimento e louvor da Câmara de Vereadores do Rio. A matriarca era personalidade conhecida na comunidade pela sua responsabilidade social, sobretudo com as crianças que aconselhava, e pelos eventos culturais que movimentavam toda a rua do boteco.

O boteco era palco de festas juninas, rodas de samba e distribuição de doce no Dia da Crianças. Um dos eventos mais aguardados do ano era a famosa Feijoada do Guerreiro, que todo 23 de abril reunia mais de mil pessoas em homenagem ao Dia de São Jorge, Ogum nas religiões afro-brasileiras.

"O bar virou um polo cultural, as pessoas falam da rua da Tia Lauzinha que virou uma referência. Hoje Manguinhos tem a Fiocruz, que cumpre um papel importante para o bairro, tem a igreja projetada pelo Oscar Niemeyer [Igreja São Daniel], que é tombado como patrimônio cultural, e o boteco da Lauzinha é uma das atrações também, onde você vai para um lugar pacífico comer e beber bem", completa Ricardo Araújo.

Além da campanha de arrecadação online, o bar também recebe doações no PIX pelo CNPJ do bar (52107155000125). O boteco na Rua Santana do Livramento, nº 17, permanece fechado após a tragédia.

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