BNDES aprova financiamento de R$ 495 Milhões para execução do Moegão no porto de Paranaguá

De acordo com o governador Ratinho Junior (PSD), apesar de dispor de autonomia administrativa e financeira, no caso das despesas com o Projeto do Cais Leste, a Portos do Paraná optou pela contratação de operação de crédito junto ao BNDES para propiciar as condições adequadas para custear os investimentos do Moegão e, ao mesmo tempo, manter sua saúde financeira. "Salienta-se que os recursos para pagamento das parcelas do financiamento e os destinados para contratação de carta de fiança serão oriundos exclusivamente do caixa próprio da APPA, não acarretando acréscimos orçamentários ao Tesouro do Estado", detalhou.

Financiamento do BNDES

O financiamento faz parte do projeto BNDES Azul, que busca apoiar diversas frentes relacionadas à economia do mar, incluindo infraestrutura. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, enfatizou que as alterações no tráfego proporcionarão uma redução de aproximadamente 70% nas emissões de CO2 na região portuária, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

"Este projeto aprovado específico tem como foco não apenas aprimorar a eficiência operacional, mas também minimizar o conflito Porto-Cidade. Espera-se que as alterações no tráfego reduzam em cerca de 70% as emissões de CO2 na região portuária", explica Aloizio Mercadante.

Impactos e benefícios esperados

O Projeto Cais Leste visa aumentar a capacidade de recepção ferroviária de granéis de sete para 24 milhões de toneladas anuais. Entre os benefícios esperados estão a eliminação de manobras complexas de locomotivas e vagões, a melhoria na circulação viária na região portuária e a redução significativa no tráfego de caminhões, com a diminuição de cruzamentos ferroviários de 16 para cinco.

Além dos impactos logísticos e econômicos, o projeto promete benefícios ambientais e sociais, contribuindo para a redução das emissões de gases do efeito estufa e melhorando as condições de tráfego na região.

Moegão: fortalecimento da capacidade de exportação

O Projeto Moegão consiste na criação de um sistema exclusivo de descarga ferroviária de grãos e farelos, interligado aos 11 terminais que compõem o Corredor Leste de Exportação. Espera-se um aumento significativo de 63% na capacidade de descarga, promovendo ganhos operacionais para os Portos do Paraná.

O governador Ratinho Junior destacou o papel crucial do Moegão na melhoria da capacidade de exportação, especialmente pelo modal ferroviário. A iniciativa visa posicionar o Paraná como líder global na produção de alimentos, aproveitando a capacidade de industrialização única do estado.

Nossa visão é tornar o Paraná a primeira escolha global quando se trata de comida – um destino incontestável associado a alimentos de qualidade. Atualmente, ocupamos uma posição proeminente como um dos maiores produtores de grãos, líder na produção de proteína animal e referência nacional na produção de celulose. Enxergamos uma oportunidade excepcional para estabelecermos nossa presença como o epicentro alimentício do Brasil, uma vez que nenhum outro estado tem a mesma capacidade de industrialização de alimentos que possuímos", ressaltou o governador.

Integração e desenvolvimento futuro

O diretor-presidente da Portos do Paraná, empresa pública que administra os portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Fernando Garcia, enfatizou que o Moegão faz parte de um planejamento maior do Estado, que busca uma integração harmoniosa entre infraestrutura, logística e desenvolvimento econômico. "É uma obra importante para que o porto se capacite para o futuro visando uma operação ferroviária adequada. O Paraná está na vanguarda por olhar ferrovias, rodovias e portos ao mesmo tempo, desenvolvendo-os de maneira integrada", disse.

Ele também destacou que o projeto é fundamental para a capacitação futura do porto de Paranaguá, tornando-o um polo logístico de destaque na América do Sul.

Detalhes do Moegão

Aumento da Capacidade de Movimentação: O Moegão almeja elevar a capacidade de recepção de cargas ferroviárias no Porto de Paranaguá de 5 milhões para 24 milhões de toneladas.

Expansão da Infraestrutura Ferroviária: A capacidade de recepção de vagões será aumentada de 200 para 900 por dia, promovendo um fluxo mais eficiente e rápido de carga ferroviária.

Redução de Interferências Urbanas: Uma das preocupações abordadas pelo projeto é a redução das interferências entre as vias urbanas e as linhas férreas. Atualmente, são registradas cerca de 16 interferências por dia, o que causa transtornos no trânsito e riscos de acidentes. Com o Moegão, esse número seria reduzido para apenas 5 interferências.

Impacto Ambiental: Além dos benefícios econômicos, o Moegão contribuirá para a sustentabilidade ambiental, buscando reduzir as emissões de gases e melhorar a pegada ambiental do transporte de mercadorias.