PolĂ­tica 8 de Janeiro

8 de janeiro: MPF arquiva investigações contra Ibaneis e Torres

Por Agência Brasil

01/02/2024 às 16:01:36 - Atualizado hĂĄ
Foto: Reprodução internet

O Ministério PĂșblico Federal (MPF) decidiu arquivar as investigações contra o ex-ministro da Justiça e ex-secretĂĄrio de Segurança PĂșblica do Distrito Federal (DF), Anderson Torres, e o governador do DF por improbidade administrativa relacionadas aos atos criminosos do dia 8 de janeiro de 2023, que culminaram com a invasão das sedes dos TrĂȘs Poderes da RepĂșblica. Segundo o MPF, a decisão pelos arquivamentos foi tomada, entre outras razões, por não ser possĂ­vel apontar conduta dolosa, nem elementos probatórios de ação intencional dos investigados para que pudesse ser aplicada a Lei de Improbidade Administrativa.

A decisão do arquivamento, com data dessa terça-feira (30), foi do procurador da RepĂșblica Carlos Henrique Martins Lima, que disse na?o ter encontrado elementos suficientes para concluir que o ex-secretario de seguranc?a do DF tivesse o intuito de permitir que os manifestantes adentrassem e depredassem as sedes do Congresso Nacional, do Palacio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.

"Deste modo, Anderson Torres na?o foi municiado com informac?o?es suficientes acerca da certeza do carater belicoso das manifestac?o?es, o que tambem o impossibilitou de adotar medidas mais severas para a seguranc?a publica junto ao governador do DF", disse o procurador.

Torres foi um dos indiciados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) dos atos antidemocrĂĄticos. Ao arquivar a investigação, Lima citou a CPMI e disse que o documento final da comissão carrega "viés polĂ­tico".

"Importante consignar que, embora o relatorio da CPMI tenha concluido pelo indiciamento de ANDERSON GUSTAVO TORRES, trata-se de documento que carrega em si, e legitimamente, vies politico, visto ser fruto de trabalho de integrantes do Poder Legislativo, os quais visam, com sua atuac?a?o, atender expectativas do seu eleitorado", afirmou Lima.

Ibaneis

Em relação ao governador Ibaneis, também indiciado pela CPMI, o procurador disse que não é possĂ­vel imputar-lhe uma responsabilização civil pelos eventos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023.

Segundo Lima, minutos antes da invasa?o do Congresso Nacional, quando houve o rompimento da linha de contenc?a?o disposta na Alameda das Bandeiras, e que foi identificado que varios invasores estavam fortemente armados e preparados para o confronto, "com indicios inclusive de terem 'treinamento militar', na?o sendo o mesmo perfil de pessoas que ocupavam os acampamentos em frente ao exercito nos meses anteriores aos fatos, conforme relatos de testemunhas ouvidas".

"O que se verifica e que os orga?os de seguranc?a envolvidos no planejamento para as possiveis manifestac?o?es que ocorreriam no dia 08/01/2023 na?o tinham total cie?ncia do carater violento de parte dos manifestantes", afirmou. "Embora seja possivel apontar alguma falha no servic?o de intelige?ncia dos orga?os de seguranc?a publica ou algum erro no fluxo de informac?o?es, na?o se verifica, em relac?a?o a Ibaneis Rocha, uma conduta intencional de facilitar os atos criminosos", complementou Lima.

"Logo, na?o e possivel atribuir a Ibaneis Rocha uma ac?a?o ou omissa?o que tenha dado ensejo a?s invaso?es a?s sedes do Congresso Nacional, do STF e do Palacio do Planalto no dia 08/01/2023", conclui.

O procurador também cita na decisão o indiciamento de Ibaneis pela CPMI, cujo trabalho também foi classificado como tendo "viés polĂ­tico".

"Com efeito, a sugesta?o de indiciamento pode e deve ser avaliada pelo titular das ac?o?es penais e civeis, em relac?a?o a todos os aspectos apurados, sendo natural a existe?ncia de concluso?es diversas daquelas a que chegaram os parlamentares", destacou Lima.

Além de Torres e Ibaneis também foram arquivados inquéritos contra os policiais militares Fernando de Souza Oliveira, ex-secretĂĄrio executivo de Segurança do DF; MarĂ­lia Ferreira de Alencar, ex-subsecretĂĄria de inteligĂȘncia da Secretaria de Segurança do DF; Klepter Rosa Gonçalves, ex-comandante-geral da PMDF; FĂĄbio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF; e Jorge Eduardo Barreto Naime, coronel da PolĂ­cia Militar e chefe do Departamento Operacional da Corporação. As decisões seguem para homologação de 5ÂȘ Câmara de Coordenação do MPF.

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