Polícia reprime manifestação pró-democracia na Tailândia

A polícia tailandesa disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha neste sábado (7) contra centenas de manifestantes pró-democracia em Bangcoc que exigiam uma reforma política e uma melhor gestão da pandemia de coronavírus.

"Governo assassino" e "renúncia", pediam alguns cartazes.

Os manifestantes criticavam a lentidão da campanha de vacinação contra a covid-19, já que menos de 4,5 milhões – de um total de 70 milhões de habitantes – receberam as duas doses.

Neste sábado, foi registrado um recorde de 22 mil novos casos e 212 óbitos no país.

Os manifestantes também pediam às autoridades que administrem vacinas de RNA mensageiro, como Pfizer/BioNTech e Moderna, em vez da chinesa Sinovac, considerada menos eficaz contra a variante Delta.

"Devemos continuar a lutar apesar da pandemia", disse à AFP Nat, de 27 anos.

O movimento pró-democracia exige a renúncia do chefe do governo, Prayut Chan-O-Cha, que surgiu de um golpe de Estado em 2014 e legitimado por uma polêmica eleição organizada cinco anos depois, bem como uma profunda reforma da monarquia.

Entre as reivindicações, destaca-se a abolição do temido artigo de lesa majestade, que pune com até 15 anos de prisão as difamações, críticas e insultos ao rei e sua família. Mais de 110 pessoas foram acusadas de acordo com essa lei nos últimos meses.

O movimento pró-democracia, que reuniu dezenas de milhares de manifestantes nas ruas no ano passado, diminuiu nos últimos meses devido à resposta judicial das autoridades e à pandemia.