O hospital Uopeccan de Umuarama foi palco da captação de órgãos de um paciente que teve constatada a morte cerebral, na madrugada desta quinta-feira (28).
O hospital Uopeccan de Umuarama foi palco da captação de órgãos de um paciente que teve constatada a morte cerebral, na madrugada desta quinta-feira (28). Com a autorização dos familiares a equipe do Hospital Santa Casa de Maringá prontamente dirigiu-se à Uopeccan para realizar a captação dos rins e do coração para válvulas. O procedimento teve início às 4h e foi concluído às 7h.
“A determinação da morte encefálica é realizada por dois médicos da instituição e um terceiro médico Neurologista de Maringá. Após a confirmação da morte encefálica e liberação da Central Estadual de Transplante do Paraná – CET/PR, foi feita a comunicação de más notícias à família e explicado o direito à doação de órgãos. Esclarecemos todas as dúvidas sobre o processo de captação, e foi somente então que a família manifestou o desejo de fazer a doação”, explicou Soliane Zambello, enfermeira responsável pela CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes).
Mesmo diante da dor da perda, os familiares tiveram um gesto nobre que poderá salvar até três pessoas compatíveis que aguardam na fila de transplantes.
O Brasil é reconhecido mundialmente na área de transplantes e abriga o maior sistema público desse tipo no mundo. Em números absolutos, é o segundo maior país transplantador, ficando atrás apenas dos EUA. No primeiro semestre de 2023, foram realizados 206 transplantes de coração no país, representando um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do Ministério da Saúde.
A lista para transplantes é única e válida tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada. Ela opera com critérios técnicos que consideram tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade específicos para cada órgão, determinando a ordem dos pacientes a serem transplantados.
Quando os critérios técnicos são semelhantes a ordem cronológica de cadastro funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico recebem prioridade de atendimento devido à sua condição clínica. Qualquer pessoa pode se tornar doadora após a confirmação da morte, mediante autorização da família.
Existem dois tipos de doadores: os falecidos e os vivos. Os doadores falecidos são pacientes diagnosticados com morte cerebral, geralmente decorrente de traumas ou doenças neurológicas graves, ou casos em que o falecimento ocorre por parada cardiorrespiratória. Após a confirmação da morte e com autorização familiar, a doação é realizada.
Já os doadores vivos podem ser qualquer pessoa saudável, podendo doar um dos rins ou parte do fígado para um familiar próximo até o 4º grau consanguíneo. No entanto quando a doação é destinada a uma pessoa não aparentada, é necessária uma autorização judicial.
Diversos órgãos podem ser doados, como coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado, além de tecidos como córneas, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões. Um único doador pode ajudar várias pessoas.
(Com informações assessoria Uopeccan, Ministério da Saúde e Sistema Estadual de Transplantes do Paraná)