Geral Conflito

Retrospectiva 2023: conflito entre Israel e Hamas gera tensões globais

Por Rádio Agência Nacional

28/12/2023 às 09:45:13 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

Sábado, 7 de outubro. No plantão, a repórter da Rádio Nacional, Tâmara Freire, anunciou a guerra.

As imagens do ataque dos guerrilheiros do Hamas tomam as redes sociais. Um trator derrubando o muro de Gaza; soldados em parapentes; jovens em uma rave conflagrada. Entre os mortos do lado israelense, três brasileiros. Mas as atrocidades estavam só começando.

Dois dias depois, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ordenou o bloqueio total à Gaza e chamou os palestinos de animais humanos.

"Estamos impondo um bloqueio total a Gaza. Sem eletricidade, sem comida, sem água, sem combustível. Tudo fechado. Estamos lutando contra animais humanos e vamos agir de acordo."

A justificativa do bloqueio era a liberação dos reféns israelenses feitos pelo Hamas. Em troca, os palestinos pediam a liberação de alguns dos mais de 5 mil presos políticos, entre eles, crianças e mulheres.

Na prática, as negociações são raras e a violência escalona. Israel diz que mira o Hamas. Mas as bombas atingem casas, escolas, hospitais... Só no primeiro mês de bombardeios, cerca de 25 mil toneladas de explosivos. O mesmo que duas bombas nucleares numa área menor que o Plano Piloto de Brasília.

O extermínio vira rotina. Multidões de refugiados forçados a deixar suas casas, crianças mutiladas, corpos de bebês em decomposição. Aglomerações de famintos atrás de migalhas e sobreviventes a busca de familiares sob escombros.

Os bombardeios em Gaza entraram para a história como o conflito mais mortal para jornalistas de todos os tempos. O mais mortal também para médicos e profissionais de saúde. Assim como para funcionários das Nações Unidas.

Desde o estopim em 7 de outubro, o Conselho de Segurança da ONU tentou aprovar vários pedidos de cessar-fogo. Mas foi imobilizado pelos países com poder de veto. A proposta brasileira, que em outubro esteve à frente do Conselho, foi vetada pelos Estados Unidos. A embaixadora Linda Thomas-Greenfield entoou o mantra do direito à autodefesa que deu carta branca ao que muitos especialistas classificam hoje como limpeza étnica da Palestina

O impasse revelou os limites das Nações Unidas como espaço de resolução de conflitos. Mas ao mesmo tempo que civis morriam em Gaza, Israel perdia terreno na diplomacia. No dia 24 de outubro, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, deu voz ao que o ocidente aprendeu a silenciar ao longo do século XX:

"Os ataques do Hamas não vieram do nada. Os palestinos estão submetidos a 56 anos de uma ocupação sufocante. Viram suas terras devastadas e violentadas. A economia estraçalhada, seu povo deslocado, suas casas demolidas. As esperanças de uma solução política para as desigualdades foram desaparecendo. Mas a violência que submete palestinos não pode justificar os ataques bárbaros do Hamas. Assim como esses ataques não podem justificar a punição coletiva dos palestinos. Excelências, mesmo a guerra tem regras."

No Brasil, o presidente Lula classificou tanto as ações do Hamas, quanto as de Israel como terrorismo.

Para tirar os brasileiros da zona de guerra, o governo criou a operação Voltando em Paz. Enquanto os aviões da FAB repatriavam quem estava em Israel, na Palestina, 32 pessoas esperavam as negociações diplomáticas. Só em 12 de novembro cruzaram a fronteira entre Gaza e o Egito. Logo depois, outro grupo com 48 pessoas também foi resgatado. O jornalista Hasan Rabee, que registrou o cotidiano em Gaza sob bombardeio, é um dos sobreviventes:

Internacional São Paulo 28/12/2023 - 08:08 Roberto Piza/ Renata Batista Eliane Gonçalves - Repórter da Rádio Nacional Retrospectiva 2023 Conflito no Oriente Médio quinta-feira, 28 Dezembro, 2023 - 08:08 272:00
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