Educação AuxĂ­lio para alunos

Câmara aprova auxílio para alunos de baixa renda do ensino médio

Por Agência Brasil

13/12/2023 às 10:44:35 - Atualizado hĂĄ
Foto: Reprodução internet

A Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira (12), projeto de lei que cria um incentivo financeiro para alunos de baixa renda do ensino médio se manterem na escola e concluĂ­rem o ensino bĂĄsico. O texto cria um fundo com aporte de até R$ 20 bilhões que poderĂĄ ser feito pela União para cobrir as despesas. A proposta agora segue para anĂĄlise do Senado.

O texto prevĂȘ o pagamento de dois tipos de auxĂ­lio, com valores ainda a serem definidos. O primeiro auxĂ­lio serĂĄ pago mensalmente, ao menos por nove meses ao ano, e poderĂĄ ser sacado a qualquer momento. A proposta prevĂȘ ainda um pagamento anual ao final da conclusão de cada ano letivo, mas o saque, nesse caso, só poderĂĄ ser feito após a conclusão de todo o ensino médio.

O aluno ainda deverĂĄ ter uma frequĂȘncia escolar de 80% dos dias letivos, devendo aumentar para 85% de presença na sala de aula em até trĂȘs anos após o inĂ­cio do programa, sendo essa frequĂȘncia superior aos 75% hoje exigidos para aprovação escolar.

O benefĂ­cio poderĂĄ ser pago aos estudantes regularmente matriculados no ensino médio das redes pĂșblicas e que sejam de famĂ­lias inscritas no Cadastro Único (CadÙnico) dos programas do governo federal, com prioridade para aqueles alunos de famĂ­lias com renda per capita mensal de até R$ 218. O incentivo também poderĂĄ ser pago aos estudantes da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), mas somente se tiverem entre 19 e 24 anos.

A seleção dos alunos deve obedecer aos critérios de inscrição do CadÚnico e poderĂĄ ter outros critérios fixados em regulamento do Executivo baseados em vulnerabilidade social, idade do estudante e modalidade de ensino. A relação dos estudantes beneficiados deverĂĄ ainda ser disponibilizada na internet com acesso pĂșblico.

O valor do auxĂ­lio deve ser definido periodicamente pelo Executivo federal por meio de regulamento "em decorrĂȘncia da dinâmica socioeconômica do paĂ­s e de estudos técnicos sobre o tema". Porém, ao analisar o projeto, o governo estimou que seria possĂ­vel pagar aproximadamente R$ 200 mensais, iniciados quando a matrĂ­cula for efetivada. Em relação ao aporte anual, a previsão é de um pagamento de R$ 1 mil ao final da conclusão de cada ano, "reiterando que estes Ășltimos somente poderão ser resgatados após a obtenção do certificado de conclusão do ensino médio".

O projeto de lei definiu ainda que esse auxĂ­lio não pode ser contabilizado no cĂĄlculo da renda da famĂ­lia usado para obtenção de outros benefĂ­cios assistenciais, mas não poderĂĄ ser acumulado com o BenefĂ­cio de Prestação Continuada (BPC) ou com Bolsa FamĂ­lia no caso de famĂ­lias unipessoais.

Combate à evasão escolar

O relator do projeto na Câmara, o deputado Federal Pedro Uczai (PT-SC), aproveitou no texto a maior parte da Medida Provisória 1.198, editada pelo governo federal no final de novembro e que instituiu poupança para incentivar a permanĂȘncia e conclusão escolar para estudantes do ensino médio.

"O aumento de gastos promovido por essa polĂ­tica pĂșblica se reverterĂĄ em benefĂ­cios inequĂ­vocos para as polĂ­ticas educacionais, com redução da evasão escolar e ampliação da escolaridade da população em geral", argumentou Uczai.

O parlamentar defendeu a aprovação do projeto devido aos nĂșmeros do Ministério da Educação (MEC) sobre evasão, reprovação e distorção entre idade e série no Ensino Médio brasileiro. Segundo o Censo Escolar de 2019 a 2022, a evasão escolar foi, em média, de 8,8% no 1Âș ano do Ensino Médio, de 8,3% no 2Âș ano e de 4,6% no 3Âș ano da Ășltima etapa da educação bĂĄsica.

O projeto é de autoria da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) que, durante a sessão, destacou que o aluno não deve abandonar os estudos por precisar levar comida para dentro de casa.

"Quando fazemos uma polĂ­tica pĂșblica para dizer que nenhum aluno vai ter que escolher entre o prato de comida, entre levar dinheiro para casa e terminar os seus estudos, essa é a melhor aposta que podemos fazer, essa é a sinalização mais forte de que, de fato, acreditamos que vale a pena investir em educação, acreditamos que vale a pena investir nesses jovens", destacou.

Fundo Social

Os recursos que a União usarĂĄ para bancar essa polĂ­tica virão dos superĂĄvits financeiros do Fundo Social (FS). Criado para receber recursos do governo federal com exploração do petróleo do pré-sal, esse fundo prevĂȘ o financiamento de ações em outras ĂĄreas, como saĂșde pĂșblica, ciĂȘncia e tecnologia, meio ambiente e mitigação e adaptação às mudanças climĂĄticas.

O relatório do deputado Pedro Uczai determina que o projeto autoriza o uso de recursos do Fundo Social, que somam R$ 18,7 bilhões, que representa o total de superĂĄvit apurado entre 2018 e 2022, segundo cĂĄlculos da Secretaria do Tesouro Nacional.

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