O número de pessoas na linha da extrema pobreza diminuiu no Paraná em 2022, porém, a desigualdade persiste.
O número de pessoas na linha da extrema pobreza diminuiu no Paraná em 2022, porém, a desigualdade persiste. As constatações fizeram parte da pesquisa "Síntese de Indicadores Sociais" do IBGE, divulgada nesta semana.
O porcentual de paranaenses em extrema pobreza caiu de 3,9% para 2,9%, na comparação com entre os dados de 2022/21. Já a proporção de pessoas vivendo em situação de pobreza atingiu o menor patamar desde 2015, chegando a 20% da população.
Segundo a professora do Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos e Políticas Públicas da PUC do Paraná, Juciméri Isolda Silveira, medidas tomadas no ano passado principalmente para amenizar os impactos da pandemia foram determinantes para reduzir a pobreza no país.
A pesquisa do IBGE trouxe também dados que reforçam a desigualdade no mercado de trabalho. No quesito renda, por exemplo, os profissionais brancos continuam a ganhar 61% a mais por hora trabalhada que pretos e pardos.
A métrica vale para todos os níveis de instrução, mas a média geral é de R$ 20 por hora para brancos e de R$ 12,40 para negros. Além disso, a série histórica do IBGE mostra que essa distorção de raça pouco se mexeu ao longo dos últimos 10 anos.
Em 2012, a média de rendimentos de brancos era 69,8% maior que de negros.
Na avaliação da professora, é preciso de políticas integradas que abordem transferência de renda, reformas estruturais e oportunidades de trabalho para melhorar o cenário da pobreza.
Apesar dessas melhorias, a pesquisa destaca que um em cada cinco paranaenses ainda enfrenta condições de pobreza.
Reportagem: Leonardo Gomes.