Mais de mil famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na madrugada desta segunda-feira (20) duas fazendas no município de Parauapebas, no sudeste do Pará, para marcar as mobilizações do Dia da Consciência Negra.
Mais de mil famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na madrugada desta segunda-feira (20) duas fazendas no município de Parauapebas, no sudeste do Pará, para marcar as mobilizações do Dia da Consciência Negra. Segundo o movimento, em resposta, fazendeiros da região fizeram um cerco à ocupação com apoio das forças policiais do estado e têm intimidado os acampados, impedindo a entrada e saída de pessoas do local.
O clima na região é de tensão e, de acordo com o MST, há ameaças de prisões e agressões contra os trabalhadores que tentam furar o bloqueio. As famílias da ocupação pedem que os governos federal e estadual façam uma vistoria imediata na área para comprovar que o terreno seria público e destiná-lo à reforma agrária.
De acordo com o MST, as fazendas ocupadas, chamadas de Santa Maria e Três Marias seriam latifúndios improdutivos de terras griladas. "Os títulos estão sob posse do grileiro de Marabá, Ítalo Toddy e foram trocados por dívidas em negociação duvidosas com a família Miranda – latifundiários conhecidos por seu extenso patrimônio de terras públicas e por praticar crimes contra a natureza e trabalhadores/as", diz a nota divulgada pelo movimento.
Ao jornal Correio de Carajás, a família Miranda-Cruz afirmou que a área em questão pertence ao complexo de fazendas do grupo, que é totalmente legalizada, com número de matrícula, inclusive, e que apenas a área de pasto está alugada ao também pecuarista Ítalo Toddy. A reportagem tentou contato com o número do ruralista em seu site oficial, mas não obteve retorno.
O MST denuncia ainda que o estado do Pará possui um alto índice de concentração e grilagem de terras e é um dos estados onde há o maior número de assassinatos de lideranças e defensores dos direitos humanos.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Pará, mas ainda não obteve posicionamento da pasta sobre a situação na região.