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Previsões de China, EUA e UE aumentam desafios para agro brasileiro

Dados mostram que país precisa buscar alternativas além de soja, milho e algodão Quais direções a China, os Estados Unidos e a União Europeia indicam para o Brasil? As projeções para a próxima década sobre o desenvolvimento agropecuário nesses países destacam a necessidade de o Brasil explorar alternativas além da soja, do milho e do algodão.

Por Da Redação

15/11/2023 às 15:19:12 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

Dados mostram que país precisa buscar alternativas além de soja, milho e algodão

Quais direções a China, os Estados Unidos e a União Europeia indicam para o Brasil? As projeções para a próxima década sobre o desenvolvimento agropecuário nesses países destacam a necessidade de o Brasil explorar alternativas além da soja, do milho e do algodão.

Aprimorar as práticas agrícolas, aumentar a eficiência da competitividade doméstica no setor agrícola, buscar produtos mais sustentáveis e aprimorar a qualidade dos alimentos são metas cruciais para esses grandes produtores, que representam concorrentes e importantes importadores para o Brasil.

Embora as áreas de produção devam ter um crescimento modesto, a ênfase estará na produtividade, considerada um fator-chave para alcançar uma escala maior de produtos. O uso eficiente de terras aráveis existentes, o desenvolvimento de variedades de sementes e o aumento da produção interna para reduzir a dependência do mercado global são estratégias prometidas por esses países, apresentando-se como fatores adicionais de concorrência para o Brasil.

A China, principal parceira comercial do Brasil no agronegócio, tem a meta de destinar pelo menos 11% de sua área de grãos à produção sustentável e orgânica. Os europeus, por sua vez, planejam elevar esse percentual para 15%.

Além da concorrência em volume, esses produtores também pressionarão o Brasil a demonstrar sustentabilidade e qualidade na produção. A atual alcançada nesse aspecto é prejudicada por irregularidades persistentes, conforme observam representantes do agronegócio, alertando que o setor como um todo será penalizado enquanto essas infrações persistirem.

As projeções vindas da China, apresentadas no relatório “China Agricultural Outlook 2023-2032” sobre perspectivas de produção, consumo e importações até 2032, indicam oportunidades para novos produtos, como frutas e lácteos, mas um cenário desafiador para soja e milho.

Os números revelam que, embora a área de cultivo na China permaneça em 120 milhões de hectares, a produtividade aumentará em 10%, elevando a produção de grãos para 767 milhões de toneladas. As importações de grãos, atualmente em 147 milhões de toneladas, estão previstas para diminuir para 122 milhões, sujeitas à evolução econômica, renda e, crucialmente, às condições climáticas.

Se as estimativas do China Agricultural Outlook estiverem corretas, o Brasil enfrentará impactos nas exportações de soja e milho. A produtividade da soja aumentará significativamente nos próximos dez anos, impulsionando a produção chinesa para 37 milhões de toneladas, enquanto as importações deverão cair para 83,6 milhões de toneladas em 2032.

No caso do milho, a área de cultivo atingirá 44 milhões de hectares em 2032, com uma produção de 329 milhões de toneladas, representando 97% do consumo interno. As importações, que totalizaram 21 milhões em 2022, deverão diminuir para 6,9 milhões em 2032.

Os Estados Unidos, sem grandes áreas para expansão, apostam na produtividade, com previsões de aumento de 15% na produção de milho, 14% na de soja e 9% na de trigo nos próximos dez anos. Esses dados, divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), indicam um aumento de 4% na área de cultivo de soja, enquanto as áreas de milho e trigo devem diminuir 7% e 8%, respectivamente, até 2033.

Os EUA não serão grandes concorrentes do Brasil na produção de soja, com uma safra projetada de 132 milhões de toneladas em dez anos. A produção de milho ultrapassará 400 milhões de toneladas.

As projeções futuras da China, União Europeia e Estados Unidos sugerem que o Brasil tem boas oportunidades em frutas, pescados e lácteos, embora ainda haja desafios a serem superados para competir efetivamente no mercado externo nesses segmentos.

A taxa de urbanização em 72% e o aumento da renda impulsionarão as importações de lácteos pela China para 23,2 milhões de toneladas até 2032. Na União Europeia, a produção nesse setor terá um crescimento anual limitado a 0,5%.

Nos próximos dez anos, os Estados Unidos deverão aumentar a produção de leite em 11%, abrindo espaço para exportações mais expressivas.

No cenário das proteínas animais, o Brasil enfrentará desafios nos próximos dez anos, à medida que os chineses recuperam a produção de carne suína e de frango, anteriormente afetada por doenças como a peste suína africana e a gripe aviária.

Em relação à carne bovina, a China continuará dependendo de importações para atender à demanda interna. O retorno da produção de carne suína em 56 milhões de toneladas até 2032 reduzirá a necessidade de a China importar apenas 1,3 milhão de toneladas dessa proteína.

O mercado de açúcar permanecerá favorável para o Brasil, com o consumo chinês projetado para 16,4 milhões de toneladas em dez anos, exigindo importações de 5,9 milhões.

No entanto, as estimativas do governo chinês indicam que as exportações brasileiras de algodão diminuirão, com importações previstas para 1,7 milhão de toneladas em 2032, comparadas a 1,93 milhão em 2022, afetando o setor brasileiro, que é um dos principais fornecedores de fibra para a China.

Fonte: Folha

Fonte: Biznews
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