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Advogada é presa por injuria racial após amigos com tornozeleira serem impedidos de entrarem em show

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Por Da Redação

13/11/2023 às 13:54:34 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

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Uma confusão após dois amigos com tornozeleira eletrônica serem impedidos de entrar na casa de shows Live, em Curitiba, terminou com uma advogada, que estava com eles, presa em flagrante por injúria racial contra uma segurança, na noite deste sábado (11). A detida nega o crime e afirma que foi agredida pelos funcionários da casa noturna e que ainda teve o celular tomado por eles. A prisão e o depoimento dos envolvidos foram feitos na Central de Flagrantes.

Em depoimento à polícia, a segurança, que alega ter sido vítima de injuria racial, contou que a advogada entrou na casa noturna para o show da banda Racionais, mas que o namorado dela e um amigo foram barrados pelo uso de tornozeleira eletrônica, o que deu início a confusão.

"Essa moça estava tendo problemas na entrada e a gente tentou conversar e ela até então estava tranquila. Quando falamos que eles não poderiam entrar, que são normas da Casa, começou a surtar. Ela surtou e disse que eu era preta, fedida e macaca, se transformou assim de repente", relatou.

Após isso, a segurança disse que não conseguiu acompanhar mais o caso, devido às ofensas raciais que sofreu. "Eu não quis ir junto e fiquei lá dentro. A partir daí não estava e não vi mais nada. Passar por uma coisa dessa não é fácil", afirmou.

Apesar da injuria racial, os funcionários da Live não fizeram o acionamento da Polícia Militar (PM). A PM foi até o local porque a advogada fez um Boletim de Ocorrência (BO) na Central de Flagrantes contra a Live e exigindo a entrada dos amigos. Por conta disso, a PM foi conversar com os seguranças, quando acabou prendendo a advogada pela ofensa racial, embora o acionamento não tenha sido pela vítima.

Nega o crime

Em depoimento na Central de Flagrantes, a advogada contou que chegou na casa noturna por volta das 20h30, quando foram barrados o namorado e um colega dela pelo uso de monitoramento eletrônico.

"No regulamento não tinha nada escrito e eu questionei onde que dizia. Questionei o segurança para que alguém resolvesse a situação. Foi quando me apresentaram ao chefe de segurança e perguntei porque não podia. Ele disse que não iria falar. Peguei meu celular e comecei a filmar, mas o chefe de segurança pegou da minha mão e disse que não autorizava a filmagem. Consegui depois tomar meu aparelho e me afastei. Fui filmar para registrar quem pegou e fui agredida", iniciou no depoimento.

Em seguida, ela relatou as agressões ao delegado de plantão. "Uma segurança me deu um tapão na cara e sofri várias lesões. Depois disso, simplesmente me tiraram da casa. Vim para a Central de Flagrantes fazer o BO; por roubo do meu celular e lesão corporal, além de todo o constrangimento. Não fiz nada de errado, eles me tiraram por estar filmando o chefe de segurança. Liguei para a PM e tentei agir do jeito certo", disse.

Ainda no depoimento, negou o crime de injuria racial e disse não entender o motivo de estar sendo presa. "O PM falou com o segurança e disse que eu ia ter que ir à delegacia, mas eu não sabia porque estava sendo presa. Descobri que estava sendo presa aqui. Nego com certeza o crime. Ela está fazendo isso por retaliação a ter me agredido. Se tivesse feito isso, ela teria chamado a polícia e não eu", finalizou.

A advogada disse ter vídeos que mostram os momentos das agressões que sofreu, o que deve ser anexado ao inquérito policial. Quem também prestou depoimento na Central de Flagrantes, como testemunha, foi outro segurança da casa de shows, que relatou ter visto as ofensas raciais.

"A moça tinha entrado antes e quando foi falado que os rapazes não poderiam, ela não aceitou. A segurança explicou a situação e a moça a chamou de macaca, preta, fedida e tentou cuspir, quando as outras equipes chegaram para retirar. A segurança começou a chorar e foi preciso um pouco de mais energia para tirar a moça dali", descreveu o segurança.

Advogada permanece presa

A advogada envolvida no caso permanece presa por injúria racial. O advogado que a representa entrou com um pedido de habeas corpus junto Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em Curitiba, alegando que não houve o cometimento de injúria racial e que a própria ré filmou o que aconteceu. Alegou ainda que em nenhum momento a 'suposta ofendida fez ao menos menção de chamar a polícia, logicamente por inexistir o fato narrado pela suposta vítima, fato este que foi feito pela advogada, foi ela quem chamou a PM e insistiu na averiguação dos fatos", diz trecho do pedido de liberdade.

Na petição, foram anexados vídeos feitos pela advogada e hematomas das supostas agressões que ela sofreu. Ainda esta relatado que a testemunha do racismo seria uma pessoa próxima da vítima, o que foi negado por ela em depoimento. Até o fechamento desta publicação, a advogada permanecia presa pelo caso. Uma audiência de custódia deve acontecer ainda nesta segunda-feira.

Posicionamento da casa noturna

O Portal Nosso Dia entrou em contato com a Live e aguarda um retorno.

Fonte: Nosso Dia
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