Colômbia anuncia plano para esterilizar

BOGOTÁ, 3 NOV (ANSA) – As autoridades colombianas anunciaram um plano para esterilizar os hipopótamos descendentes dos animais que foram importados pelo narcotraficante Pablo Escobar, antigo líder do Cartel de Medellín, que morreu em 1993.

A ministra do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Susana Muhamad, revelou que a fase de esterilização prevista no Plano Nacional de Gestão e Controle terá início na próxima semana.

Atualmente, existem ao menos 166 hipopótamos e, de acordo com cálculos da pasta, até 2035 poderiam ter mil animais caso sua reprodução não fosse barrada. A espécie tem se reproduzido sem controle na bacia do rio Magdalena.

A meta para este ano é esterilizar 20 hipopótamos com um investimento superior a 808 milhões de pesos (186 mil euros na cotação atual). No entanto, segundo Muhamad, o objetivo é conseguir atingir 40 esterilizações cirúrgicas por ano.

Além disso, o governo também considera enviar alguns dos hipopótamos para outros países, como México, Índia e Filipinas, e até abater uma parte, com a chamada eutanásia ética. A data do sacrifício, porém, não foi divulgada.

"A esterilização cirúrgica não é a única estratégia, nem será suficiente. Não podemos controlar as populações apenas com esterilizações. O procedimento é complexo e caro. Entre seis e sete horas para cada indivíduo. Possui uma etapa de acompanhamento para cada um. Apresenta riscos para os médicos e para o animal", explicou Muhamad, garantindo que, "em qualquer caso, existe experiência no país".

Cada esterilização de um hipopótamos custará 40 milhões de pessoas e será realizada por veterinários da Corporação Autônoma de Río Negro e Nare, que foram os pioneiros e desenvolveram o procedimento nesses animais no país.

O hipopótamo é um dos maiores animais terrestres, com machos adultos pesando até três toneladas. Eles estão também entre os mais perigosos e chegaram à Colômbia pelas mãos de Escobar, que introduziu um casal proveniente da África em seu zoológico privado na Fazenda Nápoles, na região de Magdalena Medio.

Depois de sua morte, os animais fugiram e começaram a se reproduzir no rio mais importante do país. Pesquisas colombianas mostraram que a extensa região do rio Magdalena é "um Éden" para os hipopótamos. No entanto, especialistas alertam que a reprodução descontrolada representa uma ameaça aos seres humanos e à vida selvagem nativa. (ANSA).