Após o ataque sem precedentes realizado pelo Hamas no sábado (7), Israel respondeu com uma pesada ofensiva que se intensifica diariamente.
Após o ataque sem precedentes realizado pelo Hamas no sábado (7), Israel respondeu com uma pesada ofensiva que se intensifica diariamente. Nesta terça-feira (10), segundo a agência Reuters, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) realizaram o mais violento ataque nos 75 anos de conflito com os palestinos. Paralelamente, o governo israelense impôs um pesado bloqueio que isolou a Faixa de Gaza, deixando inclusive a população civil local sem água, gás, eletricidade e comida.
“Em Gaza, os danos causados ââà água, ao saneamento e às instalações de higiene prejudicaram os serviços a mais de 400 mil pessoas”, disse na segunda-feira (9) o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha). “A central elétrica de Gaza é agora a única fonte de eletricidade e poderá ficar sem combustível dentro de alguns dias.”
De acordo com a rede BBC, a ajuda humanitária não chega ao enclave desde o dia do ataque, sendo que 80% das cerca de 2,3 milhões de pessoas que ali vivem dependem do suporte externo para sobreviver. Israel e Egito habitualmente realizam um controle severo de tudo que entra e sai da região, e agora o reabastecimento está totalmente paralisado devido ao “cerco total” que foi imposto.
A promessa de que nada entraria em Gaza foi feita por Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel. "Sem eletricidade, sem comida, sem água, sem gás⦠está tudo fechado", disse ele. "Estamos lutando contra os animais e agindo de acordo."
Jens Laerke, porta-voz do Ocha, disse durante entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, que “o deslocamento aumentou dramaticamente em toda a Faixa de Gaza, atingindo mais de 187,5 mil pessoas desde sábado. A maioria está abrigada em escolas.”
Os ataques também atingiram sete instalações de saúde e quatro ambulâncias, com seis profissionais de saúde mortos e quatro feridos, de acordo com comunicado publicado pelo Ocha em seu site. “Os ataques aéreos e bombardeios israelenses atingiram casas e prédios de apartamentos, com quatro grandes torres residenciais destruídas na cidade de Gaza”, diz o texto.
A violência não poupa nem as crianças, com 78 menores mortos nos primeiros dias de conflito, segundo a ONG Save The Children. “Relatos de crianças palestinas mortas e feridas em ataques aéreos e de crianças israelenses raptadas e mantidas reféns exacerbaram os receios de um impacto psicológico sem precedentes”, disse a entidade.
Jason Lee, diretor da ONG para o território palestino ocupado, afirmou ainda que “nossas equipes e suas famílias estão aterrorizadas. Eles se sentem como alvos fáceis”. E acrescentou que “as crianças em toda a região estão em constante medo", instando Israel e Hamas a encerrarem as hostilidades, “caso contrário as crianças continuarão pagando o preço."