O ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR) anunciou que não vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para tentar recuperar o mandato de deputado federal. Isso significa que Deltan admitiu que não terá como retomar o mandato e que desistiu de lutar por isso no Judiciário.
Dallagnol, deputado federal mais votado do Paraná em 2022, teve seu mandato cassado porque o Tribunal Superior Eleitoral considerou que ele burlou a legislação ao se afastar antes do tempo do Ministério Público Federal para disputar o mandato.
A lei diz que membros da Procuradoria se tornam inelegíveis se deixam o cargo sendo alvo de investigações internas. Deltan tinha várias denúncias contra seu trabalho como coordenador da Força-Tarefa na Lava Jato, e teria se exonerado antes do período máximo permitido pára evitar que essas denúncias virassem procedimentos investigatórios formais.
Ao abandonar o último recurso a que tinha direito, Deltan criticou o STF. "Não há justiça no Supremo", afirmou. "Eu sempre lutei por justiça, mas infelizmente não a reconheço nas decisões tomadas pela maioria do STF hoje. O STF está destruindo a democracia que deveria proteger, com decisões cada vez mais arbitrárias. No STF, eu seria julgado pelos mesmos ministros que cassaram meu mandato em um exercício de futurologia e pelos mesmos ministros que mataram a Lava Jato, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que dominam hoje na Corte."