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Polícia Federal age contra suspeitos de recrutar menores para o Estado Islâmico

Nesta quinta-feira (10), a Polícia Federal (PF) cumpriu três mandados de busca e apreensão contra suspeitos de recrutamento de adolescentes para o Estado Islâmico (EI).

Por Da Redação

10/08/2023 às 13:04:15 - Atualizado há

Nesta quinta-feira (10), a Polícia Federal (PF) cumpriu três mandados de busca e apreensão contra suspeitos de recrutamento de adolescentes para o Estado Islâmico (EI). Os ordens judiciais foram emitidas pela 2ª Vara Federal de Belo Horizonte (MG) e executadas em São Paulo (2) e Rio de Janeiro (1).

A ação visa indivíduos acusados de corrupção de menores e promoção de atividades terroristas. A investigação teve início em junho, após a detenção de um brasileiro no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O suspeito planejava se unir ao EI e se comunicava com adolescentes através de aplicativos de mensagens para persuadi-los a se envolver com a organização.

Um homem, cuja identidade não foi divulgada, foi detido antes de embarcar em um voo internacional com a intenção de se unir à organização extremista. Investigações indicam que ele usava aplicativos de mensagens para persuadir adolescentes a se envolverem com os jihadistas.

(Foto: WikiCommons)

Durante a ação, a Polícia Federal também executou mandados de busca e apreensão em São José dos Campos (SP) e Barbacena (MG), além de deter o suspeito no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

A Lei Antiterrorismo, em vigor desde 2016, impõe pena de cinco a oito anos de reclusão e multa para quem promover ou integrar organizações terroristas, um crime classificado como hediondo. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê pena de um a quatro anos de reclusão para o crime de corrupção de menores, com acréscimo de um terço em casos que envolvam infrações da Lei Antiterrorismo.

Por que isso importa?

Embora tenha ganhado notoriedade somente após o Taleban ascender ao poder, o EI-K não é novo no cenário afegão. O grupo extremista opera no Afeganistão desde 2015 e surgiu na esteira da criação do EI do Iraque e da Síria. Foi formado originalmente por membros de grupos do Paquistão que migraram para fugir da crescente pressão das forças de segurança paquistanesas.

Agora que a ocupação estrangeira no Afeganistão terminou e que o antigo governo foi deposto pelo Taleban, os principais alvos do EI-K têm sido a população civil e os próprios talibãs, tratados como apóstatas pelo Khorasan, sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática.

Os ataques suicidas são a principal marca do EI-K, que habitualmente tem uma alta taxa de mortes por atentado. O mais violento de todos ocorreu durante a retirada de tropas dos EUA e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), quando as bombas do grupo mataram 182 pessoas na região do aeroporto de Cabul.

Não há diferença substancial entre EI e EI-K, somente o local de origem, a região de Khorasan, originalmente parte do Irã.

No Brasil

Episódios recentes mostram que o Brasil é visto como porto seguro pelos extremistas. Em dezembro de 2013, levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al-Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama'a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista Veja mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram.

Mais recentemente, em dezembro de 2021, três cidadãos estrangeiros que vivem no Brasil foram adicionados à lista de sanções do Tesouro Norte-americano. Eles são acusados de contribuir para o financiamento da Al-Qaeda, tendo inclusive mantido contato com figuras importantes do grupo terrorista.

Para o tenente-coronel do exército brasileiro André Soares, ex-agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), os recentes anúncios do Tesouro causam "preocupação enorme", vez que confirmam a presença do país no mapa das organizações terroristas islâmicas.

"A possibilidade de atentados terroristas em solo brasileiro, perpetrados não apenas por grupos extremistas islâmicos, mas também pelo terrorismo internacional, é real", diz Soares, mestre em operações militares e autor do livro "Ex-Agente Abre a Caixa-Preta da Abin" (editora Escrituras). "O Estado e a sociedade brasileira estão completamente vulneráveis a atentados terroristas internacionais e inclusive domésticos, exatamente em razão da total disfuncionalidade e do colapso da atual estrutura de Inteligência de Estado vigente no país". Saiba mais.

Fonte: A Referência
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