Deputado Eduardo Bolsonaro reorganiza a geopolítica brasileira nas redes sociais, mas desinformação contra a Reforma Tributária não funcionou

Coluna Pequena Londres

Por Walace SO

Buenas Pequena Londres, aí da beira do Lago Igapó para cá do da beira do rio Madeira em terras da Amazônia, sigo tocando em frente, um Pé Vermelho agora beiradeiro.

Tivemos um show de horrores nas redes sociais de políticos contra a reforma tributária, principalmente, a do filho 03, o senhor Eduardo Bolsonaro em sua tentativa de desinformar a opinião pública sobre a reforma tributária ou de alimentar a sua bolha. Porém, vimos mais uma grande derrota do bolsonarismo essa semana.

Bom, vamos lá e observar os dados disponibilizados nas redes sociais pelo deputado: em geografia foi zero; nos índices tributários por regiões duvidosos, levando em consideração a questão de logística e fornecimento e como sempre temos que checar a fonte; habilidade política sofrível, apesar de ser "político de carreira" (vereador e deputado federal) e “bacharel” em direito, seu conhecimento sobre a Constituição Brasileira é sempre questionável.

Gostaria de ressaltar dois pontos intimamente ligados ao deputado que foi escrivão da Polícia Federal na cidade de Guajará-Mirim em Rondônia, fronteira com a Bolívia. E não aprendeu que o estado fica na região Norte, e o colocou no Centro-Oeste, sério deputado? E no seu terceiro mandato de deputado federal por São Paulo, que segundo o senhor agora faz parte do Sul, essa é a nova geopolítica da extrema-direita brasileira? Só vou comentar essas duas regiões, mas errou muito deputado.

São três mandatos federais, então, terá doze anos, quando o atual se encerrar. Até agora são quatro projetos de lei aprovados, na maioria em conjunto com outros parlamentares. Quase todos de relevância duvidosa. Seguindo a tradição da família.

Ah! Adora viajar, principalmente durante seu último mandato organizando a extrema-direita internacional, com as bênçãos de Trump e radicais caipiras do centro-oeste norte-americano. Ele deveria conhecer pelo menos a geografia brasileira, pois foi eleito por um dos principais estados desse país. Confundir os estados e suas regiões é no mínimo lastimável para um deputado federal.

O menino é novo e tem qualidades atuando com desenvoltura como pseudo defensor dos bons costumes, fundamentalista religioso (necessariamente não significa ser religioso), está mais próximo da fundação do talibã cristão brasileiro e no campo da diplomacia apoia países tradicionalmente de ditaduras autoritárias e fundamentalistas do Leste europeu e Oriente Médio.

Em seu currículo ostenta um intercâmbio nos EUA, onde foi chapeiro aperfeiçoando seu inglês, que está mais para macarrônico do que de razoável, num nível "the book is on the table". E mesmo assim fez lobby para ser indicado embaixador do Brasil na terra do Tio Sam.

Gostaria de aplicar uma prova do ENEM para o deputado, seria interessante. Porém, para atuar como influencer, youtuber ou disseminando Fake News, não precisa estudar muito (ou quase nada).

Esse é o triste nível de certos políticos brasileiros, principalmente nas duas últimas eleições que tivemos. Com um certo número de pessoas do Sul e Sudeste xenofobicamente, afirmando que o Norte e Nordeste do Brasil são atrasados. Reflitam antes de votar povo da terra do pau-brasil, é muito importante. Afinal, são os políticos que votam as leis que todos teremos que obedecer. E não importa se estamos em terras da peroba-rosa ou da castanheira, todo cuidado é pouco, o voto nos liberta ou aprisiona. Bora refletir.

Walace Soares de Oliveira, cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor de sociologia do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).