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Crítica | O Portal Secreto - Nasce um novo Harry Potter

O universo da literatura frequentemente encontra seu caminho para as telas de cinema de forma deliciosa, e O Portal Secreto – que chega ao Brasil pela Imagem Filmes -, não é exceção.

Por Da Redação

08/07/2023 às 10:30:49 - Atualizado há

O universo da literatura frequentemente encontra seu caminho para as telas de cinema de forma deliciosa, e O Portal Secreto – que chega ao Brasil pela Imagem Filmes -, não é exceção. Com uma clara inspiração em grandes sucessos como Harry Potter, o filme apresenta uma história mágica repleta de aventuras e mistérios. Embora pareça uma colagem de elementos familiares, a adaptação da saga literária de Tom Holt nos presenteia com uma mistura de aventura e comédia romântica que se revela como uma experiência surpreendentemente divertida que, mesmo caótica em sua essência desorganizada, funciona.

A trama e o elenco

No centro de tudo temos a história de Paul Carpenter (Patrick Gibson, de Sombra e Ossos) e Sophie Pettingel (Sophie Wilde, do ainda inédito terror Fale Comigo), estagiários humildes e maltratados que iniciam suas jornadas na misteriosa empresa londrina JW Wells & Co. Aos poucos, eles se tornam conscientes de que seus empregadores estão longe de serem convencionais, pois combinam estratégias corporativas modernas com antigas práticas mágicas. A trama, movida por uma série de coincidências, revela a verdadeira agenda por trás dessa vasta corporação e resgata aquela divertida estética de locais como o Ministério da Magia, por exemplo.

Embora O Portal Secreto possua uma clara inspiração em inúmeros outros clássicos do gênero, como Artemis Fowl e Desventuras em Série, é necessário destacar que, mesmo seguindo uma fórmula similar, o filme consegue se sustentar por conta própria. A obra de Holt, adaptada ao cinema com roteiro assinado pelo próprio autor em parceria com Leon Ford, traz um universo engenhoso que fisga a nossa atenção. Os primeiros 15 minutos são maravilhosos, inteligentes e intrigantes, prometendo uma aventura aos moldes clássicos de jornada do herói. No entanto, os próximos 40 minutos podem decepcionar, perdendo um pouco do ímpeto inicial.

Nesse contexto, o grande elenco se destaca como um dos pontos altos. Christoph Waltz (Grandes Olhos), conhecido por sua interpretação carismática de vilões, entrega mais uma atuação marcante como o CEO da JW Wells & Co., Humphrey Wells. Sam Neill (Jurassic World: Domínio) empresta seu carisma habitual ao gerente intermediário Dennis Tanner, proporcionando momentos cômicos. No entanto, é Patrick Gibson, no papel do protagonista, quem rouba a cena com seu desempenho acima da média. O elenco talentoso eleva a narrativa, adicionando camadas de complexidade aos personagens e suas aventuras por esse universo hostil, mesmo dentro de um filme tão pouco conhecido e menos ainda blockbuster.

E por falar em investimento, do ponto de vista técnico, o filme impressiona com belos cenários e uma fotografia realmente deslumbrante – mais uma vez vemos uma Londres cinza e fria. O mundo fantástico criado é criativo e engenhoso nas escolhas, transportando o espectador para uma atmosfera repleta de detalhes minuciosos desse ambiente. Apesar de um orçamento modesto, o design de produção é impecável, e os efeitos especiais até surpreendem. Cerejinhas do bolo para a história ficar ainda mais saborosa. O ritmo movimentado, conduzido com vigor pelo pouco conhecido Jeffrey Walker, nos mantém imersos na trama, apesar de algumas oscilações ao longo do percurso.

Veredito

Embora haja claras influências de Harry Potter e outros clássicos do gênero, O Portal Secreto consegue se destacar como uma aventura familiar charmosa, divertida e às vezes espirituosa. Um surpresa ótima, com mistérios sedutores que nos transportam direto para as páginas amareladas daquele livro que amamos tanto que não desgrudamos.

Ainda que tenha uma narrativa corrida e um tato quanto desorganizada da metade para o final, a história funciona graças ao seu elenco talentosíssimo. Essa mistura peculiar de elementos fantásticos e comédia romântica definitivamente merece ser descoberta pelo público, mas há uma chance desse filme passar despercebido, infelizmente.

Por fim, mesmo que não atinja a grandiosidade de suas influências, possui seus próprios méritos e promove um sentimento de nostalgia e diversão, que irá encantar tanto os fãs de fantasia quanto aqueles em busca de uma boa dose de entretenimento. Sem dúvida eu veria uma sequência. E ah, tem cena pós-créditos!

NOTA: 8/10

Fonte: Pipocas Club
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