Segundo o Ministério Público, membros da família recebiam R$ 350 por semana para trabalho como operários, sem descanso ou direitos trabalhistas. Empresário foi preso em flagrante.
Uma família venezuelana foi resgatada de situação análoga à escravidão na construção de um hotel fazenda em Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Eles trabalhavam como operários, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR).
O empresário, dono da obra, foi preso em flagrante. O nome dele não foi divulgado.
Segundo o MP-PR, foram resgatados dois homens de 28 e 47 anos, uma mulher de 26 anos e três crianças de 1, 4 e 7 anos.
A família foi trazida de Roraima para o Paraná em janeiro. Eles trabalhavam sem registro de trabalho, sem descanso e recebendo R$ 350 por semana. No caso dos homens, eles trabalhavam de segunda a segunda.
Denúncia
Segundo o MP-PR, a denúncia foi feita pela prefeitura. Eles chegaram ao caso após funcionários da escola onde uma das crianças estudava perceber que ela tinha dificuldade de relacionamento e estava muito magra.
De acordo com o MP, professores questionaram a criança, que relatou a história posteriormente confirmada pelas autoridades.
Ainda de acordo com o ministério, a situação a família também é conhecida como "escravidão por dívida".
O promotor do MPPR, Rafael Pereira, disse que a família informou que passava fome.
"O homem falou que tinha emagrecido cerca de 11 kg em razão dessa dificuldade de sobrar valores para a compra de alimentos, ainda tinha essa exigência de que não poderiam sair da propriedade sem que tivessem terminado o pagamento de dívidas que haviam em relação à passagem e outras", contou.
Dentro do valor eram descontados alimentos e passagens pagas pelo patrão. Eles moravam em um galpão e eram proibidos de deixar o local. Também informaram à polícia que sofriam ameaças e ofensas xenofóbicas.
A família está sob os cuidados da Prefeitura de Bocaiúva do Sul.
Como denunciar
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), denúncias de pessoas que estejam em situação de escravidão contemporânea devem ser feitas para a polícia, pelo número 190, ou anonimamente pelo 181.