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Juros: Efeito da ata "dovish" do Copom se dissipa e taxas terminam de lado

Os juros futuros encerraram a sessão de lado, com viés de alta em alguns contratos.

Por Da Redação

27/06/2023 às 18:43:38 - Atualizado há

Os juros futuros encerraram a sessão de lado, com viés de alta em alguns contratos. O efeito da ata do Copom, divulgada antes da abertura, se sobrepôs ao IPCA-15 de junho em linha com o consenso dos analistas, mas começou a perder força ainda pela manhã. O documento ratificou as expectativas de que viria mais “dovish’ do que o comunicado, não só consolidando as apostas de que o corte da Selic começará em agosto, como levando a crescimento da expectativa de que seja inaugurado com 50 pontos-base.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,98%, de 12,995% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 10,96% para 10,97%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 10,32%, de 10,31% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2029 terminou a 10,64% (de 10,60%).

A ata ditou a dinâmica do mercado na primeira etapa dos negócios, mas ainda assim em reação moderada à suavização do tom ante o comunicado, que não havia dado indicações de quando seria aberto o ciclo de afrouxamento monetário. Mas a ata foi clara ao afirmar que, apesar da divergência entre os membros sobre o grau de sinalização em relação aos próximos passos, a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário e de queda das expectativas podem permitir “acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.

Para o Itaú Unibanco, o texto aponta “claramente para uma flexibilização mais cedo, ou seja, na reunião de agosto”. O banco antecipou sua previsão de início do processo de queda da Selic de setembro para agosto, com 25 pontos, e agora espera quatro, e não mais três, cortes que levarão a taxa a 12,25% no fim de 2023.

No DI futuro, a curva apontava 32 pontos-base de redução da taxa básica em agosto, o que significa 72% de probabilidade de 25 pontos e 28% de chance de que seja de 50 pontos, contra 88% e 12% ontem, respectivamente. Para o fim de 2023, a projeção está em torno de 12%.

Apesar da ata bastante explícita e do movimento das apostas, o impacto na curva foi limitado. Sérgio Silva, gestor de portfólio da Tenax Capital, explica que o mercado já vem antecipando o início do ciclo de queda da Selic há bastante tempo, embutindo um orçamento total de 450 pontos de alívio. “O mercado nunca esteve tão à frente numa antecipação de ciclo. É muito difícil que vá além disso”, afirma.

O IPCA-15, que desacelerou fortemente de 0,51% em maio para de 0,04% em junho, é mais um requisito atendido na lista das variáveis do Copom, ao reforçar o “processo desinflacionário”, mas não foi capaz de provocar grandes movimentos nos DIs, até porque os preços de abertura não agradaram, com resiliência da inflação subjacente em níveis elevados.

Como efeito da leitura da política monetária, os vencimentos longos tiveram uma postura mais rígida, oscilando majoritariamente com viés de alta durante a sessão, num dia de abertura da curva americana e ajuste para cima no dólar. “É natural que tenhamos a curva mais positivamente inclinada”, avalia Silva, da Tenax.

Fonte: GMC Online
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