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Coluna Fragmentos: Um pouco de história política

Até os dias atuais ainda se discute no Brasil a necessidade de realização de uma ampla e profunda reforma política e partidária no país.

Por Da Redação

04/06/2023 às 09:14:46 - Atualizado há

Até os dias atuais ainda se discute no Brasil a necessidade de realização de uma ampla e profunda reforma política e partidária no país. São poucos os partidos que apresentam um programa político-ideológico claro e que representam e/ou defendem classes e causas específicas.

A fragilidade partidária é uma das características mais marcantes da história política brasileira. A história dos partidos políticos no Brasil começou no Império. O Partido Liberal e o Partido Conservador, ambos nascidos na década de 1830, pouco diferiam. Representavam exclusivamente os interesses dos latifundiários escravocratas e a filiação – a um ou a outro Partido – se dava quase ao acaso ou por questões meramente pessoais.

Com o advento da República, em 1889, o que passou a vigorar foi a autonomia plena dos estados e os partidos políticos republicanos assumiram uma abrangência estadual. Foi assim que nasceram, por exemplo, o Partido Republicano Paranaense, o Partido Republicano Gaúcho, o Partido Republicano Mineiro etc. Da mesma forma que as organizações partidárias do Império, estes também atendiam exclusivamente aos interesses dos grandes proprietários de terra em todo o país.

Com raras exceções (como o caso do Partido Comunista fundado em 1922), o aparecimento de partidos nacionais e voltados para a defesa de diferentes setores sociais é um fenômeno que, no Brasil, data de meados do século XX. Entre os partidos que representam esse cenário político-partidário figuram o Partido Trabalhista Brasileiro, o Partido Social Democrata e a União Democrática Nacional, todos criados na década de 1940.

Desde a sua fundação, em 1945, até o suicídio de Getúlio Vargas (1954) a principal característica da UDN foi a de fazer oposição intransigente ao presidente, acusado pelos udenistas de populista e de excessivamente nacionalista. Como foi composta por representantes de variadas tendências políticas, a UDN, apesar de atuar em todo território nacional, se caracterizou pela permanente disputa interna entre os grupos que integravam o partido. As contradições e as cisões partidárias impediram-na de ter ainda mais sucesso político do que obteve entre as décadas de 1940 e 1960.

Nos anos 50 e 60, controlada por setores mais conservadores, a UDN se colocou na oposição ao presidente Juscelino Kubitschek, desempenhou um importante papel na queda de João Goulart e deu total apoio para o golpe militar de 1964. Com o Ato Institucional Nº 2 – que criou o bi-partidarismo – os membros da UDN tomaram caminhos diferentes. Por conta da afinidade ideológica, a maior parte dos udenistas acabou filiada a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido situacionista durante toda a ditadura militar. Uma minoria udenista acabou se filiando ao MDB.

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O material original, com mais de 170 colunas, será republicado na íntegra e sem sofrer alterações. Por isso, buscando respeitar o teor histórico das publicações, o material apresentará elementos e discussões datadas por tratarem-se de produções com mais de uma década de lançamento. Além das republicações, mais de 20 colunas inéditas serão publicadas. Completando assim 200 publicações.

Publicada originalmente no dia 05 de julho de 2009.

Coluna assinada por Niltonci Batista Chaves. Historiador. Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná.

Fonte: A Rede
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