PolĂ­tica

Moraes vota para tornar réus 100 denunciados por atos golpistas de 8 de janeiro

PGR denunciou 100 suspeitos que seguem presos; anĂĄlise termina na próxima sexta. Julgamento começou 100 dias após vândalos depredarem sedes dos TrĂȘs Poderes em BrasĂ­lia. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, em imagem de novembro de 2022

Por G1

18/04/2023 às 01:03:04 - Atualizado hĂĄ
Adriano Machado/Reuters

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou nesta terça-feira (18) para tornar réus denunciados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro que depredaram a sede do STF, o Congresso Nacional e o PalĂĄcio do Planalto.

O julgamento começou no plenĂĄrio virtual exatos 100 dias após os atos de vandalismo que provocaram prejuĂ­zo de R$ 26,2 milhões nas sedes dos TrĂȘs Poderes. Os ministros tĂȘm até o dia 24 para inserirem seus votos no sistema eletrônico da Corte.

As denĂșncias foram oferecidas pela Procuradoria-Geral da RepĂșblica em dois inquéritos abertos para identificar os autores intelectuais, incitadores e executores dos crimes. Esses 100 denunciados estão presos.

A PGR afirma que os denunciados se associaram, de forma armada, a partir de convocações por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens com o objetivo de praticar crimes contra o Estado DemocrĂĄtico de Direito.

A denĂșncia afirma que "o grupo criminoso tentou depor, por meio de violĂȘncia e grave ameaça, o governo legitimamente constituĂ­do", sendo que isso "implicaria a prĂĄtica reiterada de delitos até que se pudesse consolidar o regime de exceção pretendido pela massa antidemocrĂĄtica".

Caso o voto de Moraes prevaleça, os denunciados se tornarão réus e responderão por crimes como:

associação criminosa armada;

abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito;

golpe de Estado;

dano qualificado pela violĂȘncia e grave ameaça com emprego de substância inflamĂĄvel contra o patrimônio da União e com considerĂĄvel prejuĂ­zo para a vĂ­tima e

deterioração de patrimônio tombado.

Esse é o julgamento do STF com o maior nĂșmero de denĂșncias analisadas simultaneamente pelos ministros.

Com a ação penal aberta, novas provas serão reunidas, como a tomada de depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação, além dos interrogatórios dos réus. Não hĂĄ prazo para a conclusão dos julgamentos.

Os advogados defendem a rejeição das denĂșncias sob argumento de que a Procuradoria não conseguiu individualizar as condutas dos acusados nos atos golpistas.

Ao todo, a PGR jĂĄ denunciou 1.390 pessoas por atos antidemocrĂĄticos, sendo 239 no nĂșcleo dos executores, 1.150 no nĂșcleo dos incitadores e uma pessoa no nĂșcleo que investiga suposta omissão de agentes pĂșblicos.

Votos

Em seus votos, o ministro Alexandre de Moraes destacou que as condutas dos denunciados são gravĂ­ssimas e que tentar destruir a democracia é inconstitucional.

"Tanto são inconstitucionais as condutas e manifestações que tenham a nĂ­tida finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento crĂ­tico, indispensĂĄvel ao regime democrĂĄtico, quanto aquelas que pretendam destruĂ­-lo, juntamente com suas instituições republicanas, pregando a violĂȘncia, o arbĂ­trio, o desrespeito à Separação de Poderes e aos direitos fundamentais, em suma, pleiteando a tirania, o arbĂ­trio, a violĂȘncia e a quebra dos princĂ­pios republicanos, como se verifica pelas manifestações criminosas ora imputadas ao denunciado", escreveu.

Segundo o ministro, "não existirĂĄ um ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO sem que haja Poderes de Estado, independentes e harmônicos entre si, bem como previsão de Direitos Fundamentais e instrumentos que possibilitem a fiscalização e a perpetuidade desses requisitos; consequentemente, a conduta por parte do denunciado revela-se gravĂ­ssima e, ao menos nesta anĂĄlise preliminar, corresponde aos preceitos primĂĄrios estabelecidos nos indigitados artigos do nosso Código Penal".

Prisões

Entre os dias 8 e 9 de janeiro, a PolĂ­cia Federal prendeu 2.151 pessoas que haviam participado dos atos e estavam acampadas diante dos quartéis, sendo que 745 foram liberadas imediatamente após a identificação.

Dos 1.406 que continuaram presos, 263 permanecem detidos. Com as fases da operação Lesa PĂĄtria realizadas após os atos, ainda permanecem presos 294 investigados.
Fonte: G1
Comunicar erro

ComentĂĄrios Comunicar erro

Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo
Acompanhantes GoianiaDeusas Do Luxo